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Viúva diz ter sido visitada por espírito de Mr. Catra. Entenda!

Pastores negam, à luz da Bíblia, a possibilidade de comunicação com os mortos

Rafael Ramos - 18/09/2019 17h02

Silvia disse ter sido visitada por espírito de Catra Foto: Reprodução

No último dia 9 completou um ano da morte de Mr. Catra, que não resistiu às complicações de um câncer no estômago. Viúva do cantor, Silvia disse ter sido visitada espírito do funkeiro. Ela disse que a sensação foi muito real, como se o marido estivesse em pé ao lado cama.

– Ele agradeceu por estar cuidando da minha família e falou que está muito feliz porque estou tocando a carreira dos nossos filhos Fernandinho, WL, Alandim e Kalyba, que lançaram uma turnê de tributo ao pai. Ele pediu para a música de trabalho dos meninos ser O Simpático, que foi uma música de grande sucesso dele. Ele falou para eu ficar forte porque ele sempre vai estar com a gente e nunca vai deixar nada faltar – disse ao jornal O Dia.

Silvia disse ainda que não é espírita, mas frequentadora de uma igreja evangélica e não “acreditava que isso poderia acontecer.

– No período que o Catra esteve doente nós passamos a frequentar a igreja evangélica. E dias antes de ele morrer, ele pediu perdão para Deus. E depois disso, sempre que posso, estou indo no culto.

PERSPECTIVA EVANGÉLICA
O pastor Valtair Miranda, da Igreja Batista de Iracuruçá, no Rio de Janeiro, afirma que as religiões possuem visões diferentes sobre o contato com os mortos. Mesmo respeitando a vivência religiosa da viúva, ele explica que, sob a perspectiva evangélica, a possibilidade de conversar com ou ouvir as pessoas falecidas é inviável.

– O princípio é que, à luz da própria parábola do rico e Lázaro, os mortos não podem fazer contato com os vivos. Os relatos de pessoas de outras religiões precisam ser entendidos no interior de suas próprias crenças. Se ela acredita que pode falar com um morto, eventualmente ela poderá passar por essa experiência. O teólogo evangélico entenderá que o que acontece neste caso é derivado da saudade do ente querido. Outros poderão vincular também a entidades espirituais – falou ao Pleno.News.

Citando o texto de Jó 7:9-10, o evangelista Iury Rangel, da Palavra Viva Church de Nova Iguaçu (RJ), reforça que a Bíblia anula qualquer possibilidade de comunicação entre mortos e vivos. Na passagem mencionada, Jó diz que os que descem à sepultura nunca mais tornarão à sua casa, nem o seu lugar os conhecerá. Em Eclesiastes 9:5-6, Salomão complementa que os mortos estão totalmente alheios e desinformados sobre o que ocorre na terra.

– Quando os tessalonicenses demonstraram preocupação com a situação dos cristãos já falecidos, Paulo não lhes recomendou tentarem alguma comunicação com eles. Na verdade, o apóstolo disse que os crentes vivos deveriam se consolar uns aos outros com a esperança da ressurreição e do arrebatamento da Igreja, eventos estes relacionados à vinda do Senhor, como conta em I Tessalonicenses 4:13-18.

O pastor Renato Vargens, sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói e colunista do Pleno.News, é taxativo ao afirmar que as Escrituras são absolutamente contra aqueles que tentam comunicar-se com os mortos. No texto de Deuteronômio 18:11, por exemplo, a Bíblia diz que “consulta os mortos é abominação ao Senhor”.

– Apesar do ensino bíblico, existem inúmeras pessoas que acreditam que os mortos podem voltar à terra, e que devido a isso podem se comunicar com os vivos. Ora, a Bíblia ensina que quem morre não volta mais. Isso é uma verdade inquestionável. As Escrituras ensinam que depois da morte “o pó volta à terra, como o era, e o espírito vai para Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7). Portanto, segundo a inerrante Palavra de Deus, mortos não voltam, não interferem no reino material e não podem se comunicar com os vivos – atesta.

SAUL E A PITONISA DE EN-DOR
Uma passagem bíblica que sempre suscita debate entre os estudiosos refere-se ao texto de I Samuel 28, quando o rei Saul se consulta com uma pitonisa da terra de En-Dor. Durante uma “consulta”, a feiticeira faz surgir um espírito que Saul acredita se tratar do profeta Samuel. Entretanto, tal suposição do monarca é refutada pelas próprias Escrituras como descrito em Lucas 16:19-31.

– O relato de Saul foi narrado na perspectiva da profetisa de En-dor, sem necessariamente confirmar sua autenticidade. Assim, ele não serve de base para uma abertura teológica para o contato com os mortos. Um dos princípios da hermenêutica é que textos ambíguos precisam ser interpretados à luz de textos claros. Neste caso, há diversos textos claros declarando a impossibilidade deste relacionamento entre vivos e mortos. Eles devem nortear a leitura de passagens mais complexas, como esta de Saul e Samuel – orienta o pastor Valtair Miranda.

Representação de Saul e a pitonisa de En-Dor Foto: Reprodução

Já o evangelista Iury Rangel enumera uma série de evidências dentro do próprio texto que deixam claro que não foi o espírito de Samuel quem falou com Saul. Ele afirma que trata-se de um espírito demoníaco. Veja a seguir os pontos que ele avalia:

1. Naquele momento, o Senhor não estava falando com Saul pelos meios convencionais (I Samuel 28:6). Se Deus não lhe falou pelos canais legítimos, por que permitiria o meio proibido?

2. Durante a sessão, a própria pitonisa descreve sua visão dos espíritos como “deuses subindo da terra” (I Sm 28:13). O que a médium entendeu serem divindades, a Bíblia chama de demônios (I Coríntios 10:20).

3. Entre os espíritos, a mulher descreve um com aparência de “homem ancião, envolto numa capa”. Foi Saul quem concluiu que o tal espírito era o de Samuel.

4. O lugar de repouso para a alma dos justos é diferente e separado do lugar destinado à alma dos ímpios (Lucas 16:22-23; Provérbios 15:24). Como, portanto, o justo Samuel diria que o ímpio Saul estaria com ele após a morte (I Samuel 28:19)?

5. Se Deus e Samuel tivessem consentido com aquela sessão espírita, por que o Senhor condenou Saul à morte por causa daquela consulta (I Crônicas 10:13)?

6. O profeta Samuel sempre foi assertivo, mas o espírito invocado pela pitonisa errou na profecia (I Samuel 28:19). Primeiro, porque Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus, mas se suicidou (I Samuel 31:4) e veio parar nas mãos dos homens de Jabes Gileade (I Samuel 31:11-13); segundo, porque nem todos os filhos de Saul morreram (I Samuel 31:6; II Samuel 2:8-10; 21:8); terceiro, porque a morte de Saul não ocorreu no dia seguinte, mas alguns dias depois.

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