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Saiba a origem das encenações da Paixão de Cristo na Páscoa

Peças e musicais pontuam as comemorações da Semana Santa

Rafael Ramos - 18/04/2019 20h32

Encenações da Paixão de Cristo já fazem parte das comemorações da Páscoa Foto: Reprodução

Com o início da Semana Santa, é comum as igrejas se prepararem para as aguardadas apresentações da Via-crúcis. No Brasil, uma das mais tradicionais apresentações acontece no município do Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco.

Criado em 1968, o espetáculo Paixão de Cristo de Nova Jerusalém chega à sua 52ª edição, com um grande elenco de atores conhecidos como Juliano Cazarré, Priscila Fantin, Gabriel Braga Nunes e Ricardo Tozzi. Em 2004, o local foi cenário para a gravação de um especial de lançamento do CD Apenas um Toque, de Fernanda Brum.

Já no Rio de Janeiro, a festa é lembrada pela tradicional encenação da Paixão de Cristo nos Arcos da Lapa. Em 2017, pela primeira vez, a música pontuou a encenação da Via Dolorosa, unindo elementos clássicos e eletrônicos.

De forma ainda mais ousada, em 2016, a Fox transmitiu um musical realizado em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Criado pelo produtor Tyler Perry, o especial trouxe uma visão contemporânea dos Evangelhos e usou músicas atuais da cena pop na trilha, como Evanescence, Katy Perry e Imagine Dragons.

Música pop marcou a encenação de Cristo em Nova Orleans (EUA) Foto: Reproduçãoi

A concertista e pianista Simone Leitão explica que o hábito das encenações da Via Crúcis tem inspiração nas óperas, que surgiram em 1600, como uma forma de retornar à beleza da arte da Grécia. Ela explicou ao Pleno.News que, no chamado período Barroco, não se podia fazer espetáculos. Por isso, as igrejas criaram os chamados oratórios, apresentados na parte de trás do templo, onde a Paixão de Cristo era dramatizada.

– Um oratório é uma ópera sem cenário e figurino, para não chamar a atenção, mas está contando a história de Jesus. Essa era a única coisa que as pessoas podiam falar durante a Quaresma. Um oratório é a mesma coisa que uma ópera. O que as pessoas ouviam na igreja não era tão diferente do que se ouvia nos palácios. Só que, ao invés de se contar histórias de deuses e mitos gregos, era contada a história de Jesus – explicou Simone.

A pianista destaca A Paixão Segundo São Mateus, composta em 1727, por Johann Sebastian Bach, como uma das obras mais executadas nas festividades pascais. Para ela, na Cristandade, a Páscoa é um momento maior que o próprio Natal. De acordo com o pastor e professor Valtair Miranda, reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, a morte e a crucificação de Jesus tem um papel mais significativo na Teologia.

– A encarnação é um elemento importante para a Teologia, mas a crucificação é o elemento central. Os Evangelhos gastam mais tempo falando da morte e ressurreição de Jesus do que falando do nascimento. O apóstolo Paulo descreve o Evangelho de Jesus como o do Cristo crucificado. A sociedade fala de chocolate e outras coisas, mas para quem está inserido numa comunidade eclesiástica, está claro que este é o momento para celebrar a ressurreição de Jesus.

A pastora Nadyege Macário, da Igreja Lagoinha de Niterói (RJ), defende que canções como Porque Vivo Está e Vencendo Vem Jesus, do Cantor Cristão, e até mesmo as mais atuais, como Oh, Quão Lindo Esse Nome É demarcam bem a comemoração.

– Acredito que a Páscoa, por falar da morte e ressurreição de Cristo, ainda é um ponto alto para cantatas, musicais e cultos cantados. Embora, infelizmente, algumas poucas igrejas deixam passar essa data em branco por ser feriado e seus membros viajarem.

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