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Resultado de eleições preocupa cristãos da Nigéria

Muçulmanos ocupam os cargos de presidente e vice e contrariam a tradição

Natalia Lopes - 02/03/2023 15h24 | atualizado em 02/03/2023 16h11

Líderes cristãos apoiavam chapa composta por um cristão do sul e um muçulmano do norte da Nigéria (Imagem ilustrativa) Foto: Portas Abertas

A Comissão Eleitoral da Nigéria anunciou a vitória de Bola Tinubu nas eleições presidenciais. O resultado das urnas prolonga a liderança do partido Congresso de Todos os Progressistas (APC) no país, o mesmo do chefe do Executivo anterior, Muhammadu Buhari.

Ao contrário da tradição, que previa que um cristão do sul e um muçulmano do norte deveriam se intercalar nos cargos de presidência e vice, a chapa eleita é exclusiva de muçulmanos. Tinubu recebeu 40% dos votos válidos, o equivalente a 8,79 milhões de votos.

Antes das eleições, a Associação Cristã da Nigéria (CAN, da sigla em inglês) manifestou a preocupação com a escolha de dois candidatos muçulmanos. O secretário nacional da associação deixou claro que não apoiava uma chapa exclusivamente cristã ou muçulmana, mas que gostaria que a tradição fosse mantida.

Após alguns problemas no novo sistema de votação, a oposição do governo exigiu a anulação da disputa eleitoral. No entanto, o órgão eleitoral nacional (Inec) lembrou que os candidatos e partidos prejudicados deveriam seguir os procedimentos legais para questionar o pleito.

Perseguição a cristãos na Nigéria
Os cristãos na Nigéria enfrentam perseguição de uma agenda organizada de islamização forçada, que é mais predominante no norte do país e tem gradualmente se espalhado para o sul.

Desde que os estados do norte declararam lealdade à sharia (conjunto de leis islâmicas) em 1999, essa islamização forçada ganhou força, por meios violentos e não violentos. Ataques de grupos militantes islâmicos têm aumentado consistentemente desde 2015. O governo falhou em impedir o aumento da violência, que afeta a todos os nigerianos, mas principalmente aos cristãos.

A violência é mais abrangente no norte, onde grupos militantes, como o Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês) e os militantes fulanis, provocam mortes, danos físicos, sequestros e violência sexual em suas vítimas.

Como resultado, os cristãos perdem suas terras e suas formas de sobrevivência. Muitos vivem como deslocados internos ou refugiados.

Nos estados onde vigora a sharia, no norte da Nigéria, os cristãos enfrentam discriminação e exclusão como cidadãos de segunda classe. Já os cristãos de origem muçulmana também enfrentam rejeição dos próprios familiares, pressão para desistir do cristianismo e, muitas vezes, violência física.

A Nigéria ocupa a sexta posição na Lista Mundial da Perseguição 2023, documento editado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos.

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na Nigéria?

A Portas Abertas trabalha por meio de igrejas parceiras locais para fortalecer cristãos na Nigéria com treinamento de preparação para a perseguição e discipulado, cuidados pós-trauma, ajuda emergencial e projetos de desenvolvimento econômico.

*As informações são da Portas Abertas

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