Ana Luiza Menezes - 23/10/2018 10h52

O pastor Ebenézer Bittencourt é diretor executivo do Instituto Haggai. Bacharel em Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida e Mestre em Divindade pela Universidade Internacional de Columbia nos EUA, ele é também consultor, conferencista internacional e autor dos livros como Qual é o Nosso Negócio? e O Poder que Nos Move.

A reportagem do Pleno.News esteve com Bittencourt no Global Leadership Summit, na Igreja do Recreio, no Rio de Janeiro. Ele foi um dos preletores do evento e aconselhou líderes que buscavam ensinamentos para o desenvolvimento ministerial e pessoal.

Qual é a principal característica que um pastor ou líder deve ter?
A Bíblia divide isso em dois grandes grupos de qualidade. Um representa as qualidades espirituais, caminhada com Deus, santidade, integridade e bons relacionamentos; e do outro lado eficiência e eficácia. Um grupo é ser e o outro é fazer. E isso vale não só para a pessoa dentro da igreja, mas também para quem está fora. É preciso ter os dois grupos de qualidades para poder crescer como líder onde estiver.

As igrejas têm formado líderes preparados para exercer influência além de suas quatro paredes?
Se a igreja cristã cresce é porque nós estamos exercendo influência fora das quatro paredes da igreja. Então, estamos preparando. Poderia fazer melhor? Acho que sim e creio que o leigo que está no mercado de trabalho fala pouco de Jesus. Ele podia falar mais se nós o ajudássemos a falar. As igrejas que crescem são as que falam. A Assembleia de Deus, por exemplo, é a maior igreja do Brasil e nasceu sendo uma igreja evangelística. Ela é evangelizadora, fala de Jesus e cresce. Igrejas que dão ênfase na parte mais acadêmica, evangelizam menos. A igreja poderia ajudar todo mundo a estar no mercado falando mais de Jesus.

O que tem a dizer sobre secularismo? Acredita que isso está influenciando a igreja?
Penso que secularismo é a influência não cristã que permeia nossa sociedade interferindo os crentes em geral. Isso acontece o tempo todo. Nós vivemos no mundo, não saímos dele. Agora, se o cristão vai permitir que esses valores e crenças influenciem sua vida essa é uma decisão de cada um.

Pode dar um exemplo?
Claro. A Bíblia diz que uma criança entregue a si mesma envergonhará sua mãe. Muitos crentes que sentam no banco da igreja criam os filhos soltos e entregues a si. E quando a gente cita um versículo, eles falam “ah, mas eu não concordo”. Então, o que essa pessoa acha? Há um padrão escrito na Bíblia e quem falou esse versículo foi o homem mais sábio de toda a Terra. Entretanto há quem discorde de Salomão. Então, essa pessoa vai colher consequências desse tipo de comportamento. Isso é resultado do mundanismo, do secularismo permeando a cabeça dessa mãe. Agora, imagine esse tipo de atitude nos negócios e nos relacionamentos…

Qual o papel da Igreja nesse tempo?
Jesus falou, em Mateus 28, que nós devíamos ir e fazer discípulos de todas as nações. E isso teria dois ingredientes, primeiro levando as pessoas a um compromisso público com Jesus, que a Bíblia chama pelo termo de “batizando”, e isso não representa só o ato do batismo, mas um compromisso público com Jesus. Se eu sou um homem ou mulher de negócios, se eu sou uma mãe, professora, educadora, um juiz, meu compromisso público com Jesus está embutido na primeira parte do discipulado, que é batizando. A segunda parte é “ensinando-os” a guardar todas as coisas que Jesus ensinou, que é uma coisa que leva a vida inteira. Ensinar a obedecer a tudo o que Jesus ensinou, imagina, quanto tempo vai levar. Então essa igreja que teve que ser assim desde o primeiro século, tem que ser assim até hoje. Nós temos que fazer um discípulo, levando-o a assumir um compromisso com Jesus, e aprender a seguir os mandamentos de Cristo por onde Ele for.

Quais seriam as características de um cristão autêntico?
Você tem que ir para I Timóteo 3, onde há uma lista de coisas que o cristão deveria almejar. Ele tem que ser irrepreensível, marido de uma só mulher, não arrogante, não irascível, ele deve gerir bem a sua própria casa, ter os filhos sob disciplina, cuidar do seu dinheiro. Então, não é uma mas várias características que exigem obediência como cristãos para que possamos crescer e sermos pessoas mais santificadas, como discípulos verdadeiros de Jesus.

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