Papa pede que diálogo com islã seja decisivo para a paz
Pontífice fez histórica viagem aos Emirados Árabes
Jade Nunes - 06/02/2019 11h43 | atualizado em 06/02/2019 11h48
O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (6) que o diálogo entre o islã e o cristianismo seja um “fator decisivo para a paz no mundo atual”. Durante a audiência geral no Vaticano, ele falou da sua histórica viagem aos Emirados Árabes.
Esta foi a primeira vez que um papa foi à Península Árabe e aconteceu 800 anos depois da visita de São Francisco de Assis ao sultão al-Malik al-Kamil.
– Muitas vezes pensei em São Francisco durante esta viagem. Ele ajudou-me a conservar no coração o Evangelho, o amor de Jesus Cristo, enquanto eu vivia os vários momentos da visita. No meu coração estava o Evangelho de Cristo, a oração ao Pai por todos os seus filhos, especialmente pelos mais pobres, pelas vítimas da injustiça, da guerra, da miséria, a oração para que o diálogo entre Cristianismo e Islamismo seja um fator decisivo para a paz no mundo de hoje – disse o pontífice.
Ele lembrou que, durante a viagem, assinou com o grande imã de Al-Azhar um documento sobre a fraternidade humana.
– Afirmamos juntos a vocação comum de todos os homens e mulheres a serem irmãos como filhos e filhas de Deus, condenamos todas as formas de violência, especialmente aquela revestida de motivos religiosos, e nos comprometemos a difundir valores autênticos e a paz no mundo – explicou.
Francisco ressaltou que atualmente existe uma “tentação em ver um choque entre civilizações cristãs e islâmicas” e que os dois quiseram “dar um sinal claro e decisivo” de que o respeito e o diálogo são possíveis, apesar da diversidade de culturas e tradições.
– É possível encontrar-se, respeitar-se e dialogar entre si, e que, apesar da diversidade de culturas e tradições, o mundo cristão e o mundo islâmico valorizam e protegem valores comuns: vida, família, sentido religioso, honra para os idosos, educação dos jovens e outros – argumentou.
Por fim, Francisco agradeceu a todas as autoridades dos Emirados Árabes, à comunidade católica em geral e ao Conselho dos Sábios Muçulmanos.
*Com informações da Agência EFE
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