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Papa Francisco diz que pecados sexuais “não são os mais graves”

Para o pontífice, o orgulho e o ódio são piores que a luxúria

Thamirys Andrade - 09/12/2021 13h30 | atualizado em 09/12/2021 13h57

Papa Francisco Foto: EFE/Ettore Ferrari

O papa Francisco disse a repórteres nessa segunda-feira (6) que “os pecados da carne não são os mais graves”, em referência a relações sexuais consideradas ilícitas. Para o pontífice, há pecados piores que a luxúria, como o orgulho e o ódio.

A declaração ocorreu enquanto o líder da Igreja Católica retornava para a Itália, após viagem à Grécia. Na ocasião, ele comentava a renúncia de um dos arcebispos de Paris, Michel Aupetit, acusado de envolver-se com uma mulher no início deste mês.

O clérigo de 70 anos negou ter tido relações íntimas com a mulher. O papa Francisco corroborou, dizendo que a acusação é de que houve “pequenas carícias”.

– Foi uma falha contra o sexto mandamento [não cometer adultério], mas não total, de pequenas carícias, massagem feita à sua secretária. Essa é a acusação. Há um pecado aí, mas não do pior tipo. Isso é um pecado, mas não é dos pecados mais graves, porque os pecados da carne não são os mais graves. Os mais graves são aqueles que têm mais “angelicalidade”: a soberba, o ódio – declarou.

Esse tema também levou a perguntas por parte dos jornalistas acerca da comissão criada pela Comissão Episcopal francesa para apurar os casos de abusos sexuais cometidos durante sete décadas na Igreja Católica do país.

Ao ser questionado sobre as implicações que o relatório de delitos sexuais poderia ter para a Igreja, o papa disse que não leu o documento e que obterá mais dados quando receber os bispos franceses nas próximas semanas. Ele surpreendeu, ainda, ao pedir que parte dos delitos sejam julgados sob a ótica da época em que foram cometidos.

– Quando esses estudos são realizados, é preciso estar atento às interpretações realizadas num período tão longo. Existe um risco de confundir o modo de enfrentar um problema 70 anos depois. Uma situação histórica deve ser interpretada com a hermenêutica da época, não com a nossa. A escravidão, os abusos de 100 anos atrás, por exemplo, nos parecem uma brutalidade. O mundo era outro, havia outra hermenêutica. No caso da Igreja, acobertava-se… era uma coisa que acontecia nas famílias e nos bairros. Hoje dizemos que não funciona. Mas é preciso interpretar com a hermenêutica de cada época – declarou.

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