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Missionária de 71 anos é presa nas Filipinas por ir a protestos

Freira está no país há 27 anos e tem histórico de lutas pelos menos favorecidos

Gabriela Doria - 17/04/2018 09h05 | atualizado em 17/04/2018 11h15

Freira foi presa por participar de manifestações políticas Foto: Pixabay

Uma missionária australiana de 71 anos foi presa nas Filipinas por, supostamente, participar de atividades políticas. Esta é a segunda detenção, em poucos dias, de estrangeiros ativistas a favor dos direitos humanos no país.

Patricia Fox, madre superiora da congregação católica de Notre Dame de Sion, nas Filipinas, foi detida na segunda-feira por “violar as normas da sua congregação, participando de protestos e atividades políticas”, afirmou hoje o gabinete de Imigração das Filipinas.

A freira, que trabalha como missionária no país asiático há 27 anos, está sendo mantida nas dependências do Escritório de Imigração, aguardando que seu advogado entregue seu passaporte, diz o comunicado.

Uma vez recebido o documento, o promotor especial de Imigração “apresentará suas indicações e recomendações sobre a apresentação contra a religiosa ou libertá-la para uma investigação mais completa”, concluiu a nota.

Nas últimas duas décadas e meia, a freira fez várias atividades em defesa dos direitos humanos e de ajuda aos mais desfavorecidos em várias regiões, e mais recentemente, na ilha de Mindanao, segundo a Conferência Episcopal das Filipinas, que condenou a detenção.

O incidente “pode ser um sinal da tendência do governo de não aceitar críticas”, disse o bispo auxiliar de Manila, Broderick Pabillo, após visitar a missionária.

– Ela vem fazendo a mesma coisa durante muitos anos, por que foi presa agora? – questionou Pabillo.

Por sua vez, a porta-voz do Escritório de Imigração, Antonette Mangrobang, defendeu que as leis proíbem qualquer estrangeiro de participar de atividades políticas.

A prisão aconteceu um dia depois da do subsecretário geral do Partido Socialista Europeu, Giacomo Filibeck, que foi expulso hoje do país, por participar de um fórum sobre direitos humanos.

Filibeck fez parte, em 2017, de uma missão internacional onde foram denunciados os assassinatos na campanha antidroga promovida pelo presidente Rodrigo Duterte, o colocando na lista negra do governo.

*Com informações da agência EFE.

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