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Menino cristão é obrigado pelo pai a jejuar com muçulmanos

O pequeno Zahid* se escondia no banheiro para comer

Natalia Lopes - 21/03/2023 17h20 | atualizado em 21/03/2023 17h58

Menino cristão é obrigado pelo pai a jejuar com muçulmanos Foto: Portas Abertas

Nesta quarta-feira (22) tem início o Ramadã, mês de jejum islâmico. Durante 30 dias é imprescindível que os muçulmanos, sejam crianças ou idosos, guardem o jejum. Para muitos cristãos de origem muçulmana, é um mês muito difícil, pois ficam em destaque e são constantemente julgados por não seguirem as leis islâmicas.

Para Zahid*, um menino cristão de 7 anos que vive em um país de maioria muçulmana na Ásia Central, é um período difícil. Desde que os pais se separaram, ele mora com a mãe, uma cristã. No entanto, o pai, muçulmano, considera o filho muçulmano e exige que ele obedeça a sharia, por isso Zahid* vive como cristão secreto.

– Eu moro com minha mamãe. Ela disse que não é seguro contar para outras pessoas que sou cristão. Eu preciso fingir que sou muçulmano. Eu não entendo, mas sei que a mamãe quer o meu bem. (…) A época do Ramadã é a mais difícil para mim – conta.

Para garantir que o filho cumprisse o jejum do Ramadã, o pai de Zahid* prometeu que cada dia de jejum seria recompensando com dinheiro. O menino se empolgou com a proposta e parou de comer e beber água durante o Ramadã.

Nem todas as crianças jejuam. Alguns pais esperam os filhos crescerem para impor o jejum e, assim, poupam os pequenos durante algum tempo. Essa escolha, no entanto, expõe as crianças à discriminação e ao bullying na escola.

COMENDO ESCONDIDO
Nem sempre Zahid* conseguia suportar a fome. A mãe escondia pequenos lanches na mochila para que ele pudesse comer escondido. Zahid* também bebia água da torneira do banheiro e chegou a ficar doente por causa da água, mas preferia a náusea a ser perseguido na sala de aula.

– Eu só podia comer no banheiro. Ali era tão sujo, mas eu não tinha outra escolha. (…) Queria parar de me esconder, de fingir. Não gosto do mês do jejum. Sou muçulmano apenas no papel, mas nunca serei muçulmano de verdade. Às vezes fico pensando se existem outras crianças como eu. Espero que elas sejam fortes e continuem acreditando em Jesus, como eu – explica.

* Nome fictício para proteger a vítima.

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