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Magistrado defende pregadora cristã: “Hoje tudo é crime”

Desembargador Paulo Rangel votou pela absolvição de pregadora que foi acusada de homofobia e racismo por conta de declaração dada em culto

Paulo Moura - 07/12/2021 10h54 | atualizado em 07/12/2021 11h18

Pregadora Karla Cordeiro Foto: Reprodução/Instagram Karla Cordeiro

O desembargador Paulo Rangel, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, relator responsável pelo voto que resultou na extinção do processo contra a pregadora Karla Cordeiro, que era acusada de racismo e homofobia por criticar fiéis que publicavam bandeiras políticas em suas redes, lamentou a forma como o Direito Penal é tratado nos dias atuais.

Em seu voto, Rangel lamentou a banalização do que é considerado crime atualmente. Segundo ele, qualquer opinião que não se enquadre na concepção de politicamente correto passou a ser apontada como crime. Como exemplo, ele citou as piadas feitas por humoristas no passado.

– O problema é que hoje tudo é crime. A pessoa tem uma opinião que não é politicamente correta, pronto: já é considerada criminosa. Opinião passou a ser crime. Lamentável. Hoje humoristas como Paulo Silvino, que tinha o bordão “Isto é uma bichona”, Tom Cavalcante, que encarnava o “Pit Bicha”, […] seriam presos na porta do estúdio de gravação – afirmou.

O vídeo com a pregação de Karla começou a circular nas redes e motivou uma denúncia do Ministério Público (MP) fluminense contra a líder religiosa, sob a acusação de que ela teria proferido um discurso racista e homofóbico. Rangel, porém, discordou do MP e disse que a pregadora apenas “pregou a Palavra de Deus com base no Livro Santo e Sagrado de todos os cristãos: a Bíblia”.

– Desculpa falar, mas chega de mentiras. Eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi, é Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay. Para. Posta a Palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta – disse a pregadora, na ocasião.

Para o desembargador, porém, “a prática do homossexualismo e demais atos citados na passagem Bíblica e tidos como pecados não são inventados pela pregadora” e “querer que ela defenda algo diferente do que está na Bíblia é cercear a liberdade de culto dela”.

– Não comete crime quem, em pleno exercício de sua religião, clama pelos ensinamentos de Cristo, sem ofensa a qualquer minoria. O que se quer é obrigar a paciente a rasgar a Bíblia e a aceitar o homossexualismo – afirmou.

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