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Mãe de 55 filhos, Flordelis fala sobre sua maior missão

Cantora evangélica conta como ‘concebeu’ seus filhos e dá dicas de educação familiar

Lorena Brum - 05/07/2017 11h03 | atualizado em 12/08/2017 15h00

Flordelis é conhecida por sua musicalidade e estilo pentecostal. Mas sua história como missionária, pastora, esposa e mãe é inspiradora. A cantora é casada com o pastor Anderson do Carmo, e juntos pastoreiam o Ministério Flordelis – Cidade do Fogo, em São Gonçalo (RJ) e ainda criam 55 filhos. Ao todo, são quatro filhos biológicos e outras dezenas de crianças adotadas, entre adolescentes e jovens. Mesmo diante de tamanha responsabilidade, Flordelis é do tipo que não deixa a “peteca cair” quando o assunto é educação.

Flordelis e o marido, o pastor Anderson do Carmo

Se não é fácil cuidar de uma criança, imagine de cinco dezenas delas? Há 27 anos, Flordelis começou sua obra maternal e até hoje desbrava os mais diversos obstáculos para ajudar a cuidar do próximo.

– Não é fácil, mas é bom demais. Porque eu lido o tempo todo com diferentes personalidades, gostos, aprendo muito com os meus filhos – explicou.

Ninguém melhor para falar sobre como educar filhos do que Flordelis. O Pleno.News foi ouvir essa história de amor.

O que a motivou a adotar tantas crianças? Já havia algum desejo no seu coração?
Na verdade, não houve planejamento nem tive tempo para isso. Aconteceu de repente. Primeiro, vieram cinco adolescentes me visitar, em dias alternados, em um mesmo mês. Eu tinha comprado um videogame para as crianças usarem, porque naquele tempo era coisa rara na comunidade. E eles vieram atraídos pelo brinquedo. Depois disso, nunca mais foram embora. Eu costumo falar que eles “invadiram” minha vida; foi um terremoto. Logo depois, vieram 37 de uma só vez! As pessoas acham que eu fui atrás dessas crianças na rua, mas foram elas que bateram na minha porta. Eu entendi naquele momento que era coisa de Deus. Abracei a causa e decidi ficar com todas elas aquele dia. Eu amei essa decisão!

De onde vieram todos os seus filhos?
Algumas crianças vieram da rua, literalmente, ou do tráfico. Alguns pequenos até sentenciados à morte, e outros, por abandono dos pais. Também tenho filhos cuja mãe morreu de câncer, e o pai era envolvido na criminalidade, mas nunca cheguei a conhecê-los pessoalmente. Então, decidi trazê-los para ficar com eles, e me tornei a mãe deles.

Você adotou crianças de que faixa etária?
Os primeiros que adotei já estavam com 13 e 14 anos. Eram meninos envolvidos com o crime ou começando a se envolver. Depois, vieram os 37, dos quais 14 eram bebês. A maioria veio ainda bem pequena, o que ajudou bastante na educação. Porque pegar um adolescente que já vem com a cabeça formada e cheia de problemas… É preciso “esvaziar o copo”, como costumo dizer, para enchê-lo novamente com coisas boas. Isso é mais trabalhoso.

Como você administra o relacionamento entre eles?
Ao mesmo tempo que tenho crianças, tenho adolescentes, jovens e adultos. Como são cabeças muito diferentes, eu os divido por quarto e por idade. Assim, eles combinam mais tanto nas programações de TV que eles gostam quanto nos assuntos relativos à idade deles, para que tenham liberdade de conversar sobre suas afinidades.

Todos eles a acompanham na igreja? Qual legado você quer deixar para seus filhos?
Sim, me acompanham; tanto que eu tenho vários cantores em casa (risos). Isso é gratificante! Ver minhas meninas cantando é bom demais! Esse é um legado que estou deixando. Eu sei que sou uma referência para os meus filhos em todos os sentidos. Eu me cuido muito para que eles vejam isso em mim e também tenham o desejo de se cuidar e de se arrumar. É extremamente importante que a autoestima esteja sempre em alta, porque a vida deles não foi fácil. Eles ainda vão enfrentar muitos problemas e, por isso, precisam aprender a se amar antes de tudo.

Que orientações você dá para os pais na educação dos filhos?
Educar é uma tarefa árdua, difícil, principalmente nos dias atuais em que os pais têm que trabalhar muito. Nós nos tornamos muito ausentes em alguns momentos na vida dos filhos. Temos que lutar ao máximo no preenchimento dessas ausências para que outras pessoas ou coisas não adotem o nosso papel. Assumir nossos erros também é importante. Nós erramos. Pai e mãe erram. E o que dá certo são os pais respeitarem seus filhos. As crianças precisam ser respeitadas. É muito bom receber respeito, mas respeitar, o adulto não tem muito isso. Ele só quer ser respeitado, mas ele mesmo não respeita. Eu acho que quando existe essa parceria, as coisas começam a dar mais certo na família.

Qual é o segredo para educar tão bem todos os seus filhos?
O meu segredo, além da presença de Deus na minha vida, é claro, me dando sabedoria para administrar tudo isso, é exatamente esse respeito. Eles me respeitam, e eu respeito o espaço de cada um. Alguns momentos são deles, são especiais para eles. E eu respeito isso.

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