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Líder explica benefícios da visão de igreja em células

Pastor Paulo Manzoni falou sobre estratégia para alcançar pessoas que não visitam templos

Ana Luiza Menezes - 20/10/2018 13h10

Pastor Paulo Manzoni Foto: Alexandra Martins

O pastor Paulo Mazoni exerce seu ministério na Igreja Batista Central de Belo Horizonte desde 1988. É casado e tem duas filhas.

Embora tenha começado como pastor auxiliar, ele passou a atuar como pastor em tempo integral e, em 1999, começou a liderar sua igreja. Seu chamado fez com que ele deixasse sua vida profissional e se dedicasse exclusivamente à pregação da Palavra.

Em entrevista ao Pleno.News, durante o Global Summit Leadership, no Rio de Janeiro, ele falou sobre a visão de células em igrejas, inclusive na dele. O pastor também explicou como o conceito da formação de líderes viabiliza o crescimento espiritual e promove multiplicação do corpo de Cristo.

É importante a Igreja investir no treinamento de líderes?
Eu considero fundamental. Se o papel da Igreja é influenciar e ser relevante hoje, ela precisa crescer em liderança. E se nossa função é transformar o mundo, temos que ser capacitados. Formação e preparo são fundamentais.

O modelo de células é mais eficiente para a expansão da igreja? Por que?
Sem dúvida alguma. Nós precisamos voltar ao modelo original de Jesus, o plano original Dele era fazer discípulos. As pessoas raramente vão aceitar um convite para ir a uma igreja, existe o preconceito. Ao mesmo tempo, todo mundo está sozinho e carente de relacionamento. A estratégia de células não só é bíblica e poderosa, mas ela é inteligente. As pessoas aceitam vir em nossas casas. E surpreendentemente, nós temos mais de 2 mil células lotadas e a gente vai fazendo da casa uma ponte para depois inserir as pessoas no ambiente da igreja.

Para a época que a gente vive, célula não é simplesmente uma ‘boa estratégia’, mas para mim é a única [estratégia].

Qual a sua opinião sobre líderes que resistem à visão de células?
Eu compreendo essa resistência porque alguns tropeços do modelo celular ao redor do mundo trazem preocupação. Mas eu diria que mesmo assim vale a pena. Se Jesus estivesse aqui hoje, ele teria uma célula. Enquanto andou aqui na Terra, Ele foi líder de uma célula de 12 pessoas. E eu sou líder de uma célula, minha igreja é uma igreja em célula há 17 anos.

Os ganhos são maiores?
Nós só ganhamos com as células. Ganhamos unidade, força, preparo dos membros, engajamento, influência. Penso que muitos líderes deveriam insistir e perseverar em conhecer, fazer uma transição cuidadosa, vagarosa e consistente porque os benefícios são imensamente superiores a qualquer mínimo problema que possa haver nessa trajetória.

O pastor deve cumprir seu chamado de forma integral ou pode ter outra atuação?
O apóstolo Paulo, que é nosso grande mestre da eclesiologia, diz que aquele que prega o evangelho que viva do evangelho. Eu entendo que há um período de transição, mas consolidada essa transição, eu creio e defendo que pastor tem que ser de tempo integral. Eu mesmo já vivi isso, mas depois de um determinado momento fica impossível você se dividir entre duas vocações. A igreja exige foco, coração e mente de forma integral.

Como avalia a igreja brasileira? Algo deveria mudar?
Eu tenho duas filhas e me lembro que era fácil criticar quando eram adolescentes. Porque é fácil criticar a imaturidade. Eu sou absolutamente otimista. Nossa igreja [brasileira] é muito jovem, está crescendo demais e ainda não teve tempo para consertar algumas dificuldades que tem. Mas assim como um adolescente com espinha no rosto, voz em mudança, esperemos um pouco, pois ela está amadurecendo. E dentro de poucos anos será uma igreja exuberante. Acho que a Igreja brasileira tem um futuro brilhante.

Como vê os próximos anos?
Há um espírito muito lindo de adoração e unidade sobre a igreja brasileira. Um desejo muito grande de servir e isso é o que importa. Acredito que os próximos anos serão de maturidade e crescimento. E a igreja que era apenas uma pequena árvore com pequenos frutos vai produzir uma colheita extraordinária. A Igreja brasileira vai ser admirada como aquela talvez mais influente, mas crescente e impactante no mundo inteiro.

Concorda com a forma como a igreja tem se manifestado quanto à política nacional?
Eu sempre defendi, e pratiquei, a ideia de que a igreja deveria ter uma posição bem conservadora e não deveria entrar nessa área. Mas, infelizmente, eu entendo que a igreja está sendo obrigada a tomar essa posição. O que aconteceu no Brasil nos últimos dez anos foi gravíssimo, a deterioração dos valores, o ataque aos princípios cristãos, o posicionamento de uma ala política com intenções, no meu entender, malvadas, injustas e até malignas. A igreja e os pastores foram obrigados a se posicionar como João Batista um dia teve que apontar o dedo no nariz do rei dizendo ‘você está fazendo errado’, e ele morreu por isso. E também Daniel teve que fazer isso [mostrar o erro a uma autoridade] e tantos líderes que quando percebem que valores têm sido quebrados têm se posicionado. Assim foi também com Martin Luther King, que disse ‘racismo não’.

Então, eu creio que apesar de toda essa celeuma dos radicalismos a Igreja tem que se manifestar.

O saldo positivo é maior?
Fico preocupado com as radicalizações, mas acredito que ao final a igreja sai maior, mais forte, mais respeitada apesar de pequenas divisões. Eu confesso que nunca vi a Igreja tão unida, não em torno de um candidato, mas em torno de um grito, de uma defesa: ‘chega’. Ou seja, a família não pode ser tocada, e a imoralidade avançou demais. Se você avaliar a história, sempre é assim: a humanidade se libera demais, avança sinais e uma nova onda conservadora vem e põe as coisas no lugar. E o Brasil está sendo avisado, pois está indecente demais. Movimentos de minorias estão querendo impor uma cultura que não é cultura brasileira e a Igreja se posiciona bem. E penso que daqui pra frente as pessoas vão respeitar mais a Igreja.

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