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ESPECIAL MULHER: Patricia Fazan tenta aumentar representação de cristãos na emissora

Camille Dornelles - 07/03/2020 20h05 | atualizado em 07/03/2020 20h45

Jornalista Patricia Fazan Foto: Divulgação

Patricia Fazan é jornalista, evangélica, e trabalha em um dos ambientes mais controversos no Brasil atualmente: a grande mídia. Ela atua como produtora e repórter da Rede Globo, que divide opiniões, mas afirma que sentiu um chamado de Deus para trabalhar dentro da emissora.

Visando o Dia Internacional da Mulher, que é comemorado neste domingo (8), o Pleno.News conversou com ela para saber mais de sua fé e como é ser uma mulher evangélica dentro da grande mídia. Confira abaixo.

Como vê o papel da mulher evangélica trabalhando em busca do sucesso?
Comecei a trabalhar aos 14 anos e me sinto um exemplo de mulher, evangélica e trabalhadora. Sempre acreditei na força feminina, a profeta Débora já nos ensinou isso na Bíblia, a Rainha de Sabá também é um exemplo pra mim. Eu quero fazer a diferença na minha geração. Acredito na mulher forte e corajosa. Essa é a minha oração diária, não tenho medo de nada. Respeito a todos, meu marido é a minha outra metade, mas a Bíblia diz que a mulher sábia é quem edifica a casa. Me sinto muito privilegiada como mulher, profissional, mãe e até avó eu já sou. Tenho muito o que aprender na vida, mas também já tenho muita, mas muita história para contar.

Acha pecado a mulher buscar destaque e sucesso na sociedade?
De jeito nenhum, em nenhum momento vejo isso na Bíblia. Pecado é ser covarde e se esconder atrás de homens como medo de vencer. Temos que caminhar lado a lado com eles, isso sim. Acredito que temos que ser carinhosas, amáveis, honrá-los e respeitá-los assim como amamos a Cristo, mas temos que ser valorizadas pela sociedade. Deus quer nos ver felizes. E se a escolha de não trabalhar fora for da própria mulher Deus vai honrar essa decisão e a mulher será muito feliz e realizada.

Você sempre foi evangélica?
Não, me converti aos 30 anos de idade, quando começaram os problemas financeiros e no casamento. No momento da decisão Deus me fez uma promessa, que foi se confirmando através de várias pessoas. Ele me disse que fui nascida e criada para falar Dele na televisão. Isso já faz 19 anos e eu nunca duvidei um só dia de que realmente esse seria meu propósito de vida e que eu não morreria antes disso acontecer.

Como você mantém sua fé?
Deus me deu uma fé inexplicável e inabalável desde pequena, mesmo quando eu não o conhecia. Hoje entendo que Ele me deu essa fé justamente porque iria precisar muito, pois meu preço seria altíssimo e eu teria que vencer todas as batalhas pra chegar até aqui. Sofri muito na caminhada. Tive dias em que pedi para morrer, nada foi fácil. Na caminhada me tornei amiga Dele, tenho intimidade com o meu Senhor, minha vida é de oração diária e jejum. A cada passo Ele me ensinava e mostrava que tudo estava no controle Dele e minha vida e minha família foi sendo firmada na rocha.

Como foi o começo da sua carreira na Rede Globo?
Sou jornalista há 20 anos. Passei pela RedeTV!, Record TV e várias produtoras, mas achava que a Globo seria quase impossível, porque quando me formei fiz um processo seletivo e fui muito mal na prova (risos). Um dia conheci uma pessoa que trabalhava na GloboNews e eu disse pra ela me indicar como freelancer se um dia tivesse oportunidade. Quando essa pessoa me disse que era muito difícil, afirmei que “para Deus não era impossível”. Um mês depois ela me ligou e disse que precisavam de alguém com urgência com experiência. Vim fazer entrevista e a diretora me contratou na hora, por um mês. Nossa, me lembro de caminhar pulando pela marginal de tanta alegria, sentia que aquele momento foi um milagre! Isso já faz dez anos.

O que você sente dentro da emissora?
Vejo a Globo como vejo o mundo. Conquistei as pessoas que trabalham comigo através do profissionalismo e dedicação, com amor e respeito, sentimentos primordiais para uma relação tão saudável. O que ganho em troca é o respeito de todos que me conhecem. Me sinto muito respeitada como mulher, pobre (nasci em um barraco, filha de um pedreiro e uma faxineira) negra e evangélica. Acredito num propósito muito maior que muitos nem imaginam. Deus tem um plano maravilhoso, só peço oração para que a vontade Dele seja cumprida em todas as esferas do Brasil, e na Globo não é diferente. Já trabalhei em outros locais e acredito que tenho propriedade para falar do profissionalismo e seriedade de cada um aqui dentro.

E o que falam para você?
Jesus me fez uma pessoa leve, alegre, divertida e de muita fé. É desse jeito que me enxergam aqui na Globo. O que eu ouço muitas vezes na brincadeira é: “Vamos orar pelo Jesus da Patricia Fazan, só Ele resolve”. Pra mim isso não tem preço, é como se falassem o Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó. Eu sou uma evangélica feliz, realizada e completa, se a minha missão terminar aqui eu sinto que foi cumprida. Cristo pra mim é amor e se eu não amar e dar a vida por todos que trabalham diariamente aqui comigo de nada adiantou toda essa caminhada.

Como você trabalha para aumentar a repercussão de notícias do meio cristão na grande mídia?
Sou muito persistente, mas muito mesmo e, de tanto bater, as portas se abrem. Primeiro conquistei espaço com meu programa Promessas no G1, um talk show na internet com os cantores evangélicos. Agora depois de 10 anos, virei repórter no programa É de Casa com um quadro chamado É de Casa que Eu Trabalho. Entrei em êxtase, mais uma vez Deus me surpreendeu. Também gravei várias reportagens como a da bateria da igreja Bola de Neve que ganhou o Guinness Book como a maior bateria do mundo, mostrei o bloco da CEIZS (igreja frequentada pela Aline Barros) no Rio de Janeiro e também o retiro evangélico da igreja Renascer. O resultado foi sensacional,, o público elogiou e nosso Deus foi exaltado.

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