Leiliane Lopes - 16/12/2022 19h09 | atualizado em 19/12/2022 13h03

A Índia deve aprovar nos próximos dias uma lei nacional anticonversão. O objetivo é impedir que as pessoas sejam evangelizadas e aceitem mudar sua crença religiosa.

Uma petição assinada por um líder de uma organização extremista que age contra cristãos foi aceita por dois membros da Suprema Corte indiana em 14 de novembro.

Segundo Ashwini Uppadhyay, o autor da petição, as conversões ao cristianismo na Índia eram compulsórias e para evitar que continuem acontecendo, é necessário aplicar uma lei nacional para “impedir conversões forçadas que são um grande risco à segurança nacional”.

O Ministério de Assuntos Internos da Índia (MHA, da sigla em inglês) afirmou, depois da audiência, que a liberdade religiosa não inclui liberdade de conversão e a intervenção nacional rígida foi atendida.

A Missão Portas Abertas informa que a perseguição aos cristãos na Índia se intensifica, visto que extremistas hindus visam limpar o país da presença e influência destes.

– A força motora por trás disso é a hindutva, uma ideologia que não considera os cristãos indianos e outras religiões minoritárias como verdadeiros indianos. Como os cristãos geralmente têm alianças fora da Índia, a hindutva alega que o país deve ser purificado da presença deles – explica a instituição.

O dr. Yoham Murry, um parceiro da Portas Abertas e especialista da política indiana afirmou que o movimento é preocupante.

– A constituição indiana afirma que a religião é uma questão de jurisdição estadual, não do governo nacional. Se uma lei anticonversão for aprovada pelo governo central, todos os estados deverão segui-la e, caso aprovada de fato, nenhum estado poderá revogá-la a menos que a lei nacional seja abolida – explicou ele.

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