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Helena Raquel: ‘Pessoas estão adoecendo por falta de perdão’

Pastora prepara um curso especial sobre a importância da reconciliação

Camille Dornelles - 28/02/2020 17h03

A pastora Helena Raquel, da Assembleia de Deus Vida na Palavra, tem um ministério de mais de 20 anos e se deparou muitas vezes com a temática do perdão. Em entrevista ao Pleno.News, ela afirmou que sua própria necessidade de perdoar e a crescente demanda por ajuda de seus assistidos a levaram a se aprofundar no tema.

A pastora, que também é escritora, se prepara para lançar um curso online especialmente sobre a cura da mágoa. Ela afirmou que o infoproduto O Caminho da Reconciliação, que será lançado pela MK Masters, do Grupo MK de Comunicação, é “a pós-graduação da faculdade do perdão”.

Pleno.News Entrevista
Helena Raquel
por Pleno.News - 28/02/2020

Seu próximo projeto é um curso online chamado Caminho da Reconciliação, um infoproduto pela MK Masters, certo?
Sim, é um curso online. É muito diferente a estrutura para mim, mas é como se fosse a pós-graduação da faculdade do perdão. O que eu ouço muito? “Eu perdoei, mas não quero contato”. Eu perdoei, mas não quero ver mais. Isso, a princípio, não é perdoar. A gente trabalha isso no curso. Existem situações, realmente, em que a reconciliação é impossível. A gente está falando de agressores, abusadores… Não tem mais como haver uma caminhada juntos. Mas, na maioria das vezes, quem perdoa de fato caminha para a reconciliação. O que eu digo no curso, entre tantas outras coisas, é que a reconciliação é a prática do perdão. Dizer que eu não sou Aitofel porque eu não me matei ou não sugeri a morte de ninguém é uma coisa, mas eu não ser Aitofel porque abracei Davi e me sentei à mesa com ele é outra coisa. O curso ficou fenomenal porque é um curso bíblico. Não é Helena que é boa demais, é a Bíblia que é boa demais.

Como o tema do perdão te atraiu durante seu ministério? Tem a ver com histórias que você tem ou histórias que você ouviu de outras pessoas?
O tema perdão acaba fazendo parte da vida pastoral, entretanto o meu grande despertar para essa temática nasce da minha própria experiência, quando o que era o meu discurso passou a ser o meu desafio. No ano de 2013 eu me senti extremamente ofendida, entristecida, rejeitada… Essas coisas que vêm no “combo” da ofensa. Eu comecei a pedir a Deus que falasse comigo, que dissesse o caminho que eu deveria seguir para eu me livrar daquele embaraço. Porque, a princípio, quem está magoado não quer perdoar, quer que a mágoa se extingue. E um dia eu estava em minha igreja e, quando terminei de ministrar, uma irmã veio na minha direção e me disse que tinha uma palavra de Deus para mim: “Deus manda eu lhe dizer que a senhora não é Aitofel”. Deus demorou tanto a falar comigo e me mandou uma mensagem codificada? Corri para casa e, quando pesquisei o texto, descobri que Aitofel foi um homem que morreu por causa de ressentimento. Foi aí que minha história com o perdão começou.

Fale mais sobre Aitofel. Como é a história dele?
Davi tinha um amigo íntimo que ia com ele à Casa de Deus e esse amigo havia se levantado contra o calcanhar, que é uma expressão poética para um chute. “Levantar o calcanhar contra alguém” é dar um chute em alguém. E Davi estava se referindo a esse homem, Aitofel. Ele era avô de Bate-Seba. Quando o adultério acontece, Aitofel fica ofendido, mas não sai em busca de solucionar a questão e aquele sentimento se agrava no coração dele. Anos depois, quando Absalão se levanta contra Davi, Aitofel passa para o lado de Absalão e, por um problema político e com o coração cheio de amargura, ele tira a própria vida.

E que aquela história da pessoa que fisicamente adoece por que não consegue perdoar?
Essa não é minha área de atuação, mas segundo minha experiência empírica no gabinete (pastoral), inúmeras pessoas estão adoecendo por falta de perdão. As doenças psicossomáticas não se têm a menor dúvida, mas já se fala do adoecimento do corpo. E como pastora de mais de 20 anos eu já vi isso inúmeras vezes. Agora tem uma doença tão grave quanto que é a do espírito. A Bíblia diz que a raiz de amargura contamina pessoas e faz com que outras se desviem da fé. Nós estamos vivendo um estado de atenção por causa do coronavírus e se examina o tempo todo o risco de contaminação. Na família, na igreja, no ambiente de trabalho a pessoa que tem essa raiz de amargura se torna, potencialmente, alguém que pode contaminar outras como se fosse um vírus mesmo. A coleguinha de trabalho está magoada, fala e você começa a perceber uma pessoa, que antes via como positiva, agora não tão positiva assim. Imagine uma comunidade de fé toda comprometida com a ofensa: daqui a pouco teremos pessoas apostatadas, desigrejadas, que acreditam que aquele ambiente não é propício para elas.

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