Rafael Ramos - 24/03/2019 13h23

Aos 50 anos, José Renato de Jesus Vieira, mais conhecido como Dedé, abandonou a fé cristã e se converteu ao islamismo. Morador da cidade de Itabaianinha, no interior do Sergipe, o ex-pastor conheceu o Islã através de um amigo que o convidou para ir até Aracaju. Ele conta que se encontrou na primeira conversa com um dos seguidores.

– Eu comecei cortando o batismo em nome da Trindade, depois cortei a Trindade, daí o povo começou a me chamar de doido aqui na cidade – contou Dedé à Folha de S. Paulo.

Após dois anos pesquisando sobre a religião nas redes sociais e na Bíblia, ele fundou a Religião Islâmica de Itabaianinha. A comunidade muçulmana tem 37 adeptos, além de 8 crianças e 10 futuros membros à espera da reversão (ou conversão, como eles preferem chamar).

A esposa de Dedé, Rosineide Alves Ferreira Vieira, de 49 anos, estranhou o comportamento do marido antes de abraçar a nova fé. Ele também conta com o apoio do xeque (autoridade religiosa) moçambicano Ali Momade, de 36 anos. Os dois costumam visitar a casas nos arredores da cidade para apresentar o Alcorão.

Alguns costumes dos religiosos foram estranhados no começo. Além do uso do véu para as mulheres, eles também não comem carne de porco, nem consomem bebidas alcoólicas ou abatem animais para consumo. Segundo Momade, o interesse pela religião islâmica cresceu muito após os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

Uma das convertidas ao Islã que pertencem à comunidade de Dedé é Neilma Santana, de 22 anos. Filha de evangélica, ela vivenciou uma verdadeira revolução dentro de casa.

– Sempre comi galinha sufocada (morta por estrangulamento) em casa, mas depois do islã, só posso comer galinha sangrada (por corte). Então para agradar a todos, matamos sempre duas galinhas – conta.

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