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Pastora conta como são as aulas de EBD para autistas

Alunos têm dificuldade em socializar, mas não em aprender

Jade Nunes - 29/09/2017 08h11 | atualizado em 30/11/2017 16h21

As crianças possuem dificuldade em socializar, mas não em aprender Foto: Reprodução

A pastora Elaine Cruz esteve no 9° Congresso Nacional de Escola Dominical e sua palestra teve o tema: Preparando professores para ensinar crianças autistas.

Em entrevista ao Pleno.News, a pastora contou como são as aulas de Escola Dominical para crianças que estão no espectro autista:

– Eu conheço crianças que ficam em classes mistas, que conseguem estar com outros alunos e se adaptar. É importante a inserção do aluno autista dentro de um contexto social.

Mesmo assim, a pastora diz que o ideal seria ter um espaço exclusivo para que o aluno pudesse fazer pinturas ou atividades relacionadas enquanto os outros estivessem em horários de intervalo, e fizessem brincadeiras como correr ou com muito barulho. Os autistas têm dificuldade em lidar com esse tipo de situação, mas isso varia bastante dependendo do grau do transtorno.

Para ajudar na inclusão e na aprendizagem, a pastora explica que é necessário tomar cuidado com alguns detalhes:

– Quando as crianças são muito pequenas, elas percebem intuitivamente que o colega tem um nível de dificuldade para socializar. Mas quando se trata de crianças de 7, 8 anos, é importante que a classe seja informada com antecedência da chegada de um aluno que é diferente para que não haja bullying.

Em relação aos desafios que o professor enfrenta, a pastora afirma que é preciso os educadores estudarem sobre as questões e características do transtorno, e uma das dificuldades é se adaptar a uma nova forma de dar aula.

– As tarefas dadas em uma sala de aula têm que ser muito curtas. As palavras apresentadas precisam ser reduzidas e objetivas. Quando a gente tem um aluno com autismo, as rotinas devem que ser claras.

Apesar das dificuldades de relacionamento que os autistas possuem, aprender sobre matérias e assuntos novos não é uma tarefa árdua, pelo contrário. Alguns autistas, inclusive, manifestam um desenvolvimento avançado em algumas áreas, como matemática, por exemplo.

– Quando a gente fala de autismo, a gente está falando sobre um transtorno de desenvolvimento. Geralmente, ele aparece durante os primeiros três anos de vida e pode comprometer a questão da comunicação e da interação social. Mas os graus de autismo de uma criança para outra varia muito. Há crianças que ficam muito quietas, e não vão interagir com a turma, mas que estão ali prestando atenção. São raras as crianças com autismo que têm dificuldade de compreender o que está sendo dito – esclarece.

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