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Xô, passarinho

Israel Belo - 04/11/2019 08h08 | atualizado em 04/11/2019 13h20

“Não podemos impedir que os pássaros voem sobre as nossas cabeças, mas podemos impedir que eles façam ninhos sobre elas. Assim também não podemos nos livrar de sermos tentados, mas podemos lutar para não cairmos em tentações”. _(Martinho Lutero)

Um pássaro pode pousar sobre a nossa cabeça e nos aborrecer.
Uma mágoa pode nascer dentro do nosso coração, mas não pode crescer.
Um medo pode surgir numa determinada situação da nossa vida, mas não pode se tornar nosso jeito de ser.
Uma crítica recebida pode nos fazer por um pouco chorar, mas não pode nos levar a toda hora sofrer.
Pode ser que, numa hora de fraqueza, falemos da vida alheia, mas a maledicência não pode se tornar em nós uma fonte de prazer.
Pode ser que, por um momento, desejemos algo indevido, ilícito e imoral, mas o pecado não pode nos vencer.
Pode ser que a vaidade escorra do canto de nosso boca, mas não pode se transformar no modo como iremos viver.
Pode ser que a raiva nos habite, mas não pode sobre a nossa calma prevalecer.
Pode ser que a vingança faça sair fogo dos nossos olhos uma vez, mas não pode em nossa alma para sempre arder.
Perdoaremos e do nosso coração a mágoa expulsaremos.
Temeremos mas também coragem teremos.
Ficaremos tristes mas a crítica enfrentaremos.
Cercados por maledicentes, não os imitaremos.
Permanecer no erro não quereremos.
Orgulhosos não seremos.
Raiva não guardaremos.
É a justiça, não a vingança, que sempre pleitearemos.
Pode ser que o tropeço nos surpreenda, mas nossa atenta vigilância nos vai fortalecer.
Um pássaro pode pousar sobre a nossa cabeça, mas não pode fazer ninho sobre ela e ali se estabelecer.

“Os olhos são a lâmpada do corpo. (…) Se a luz que existe em você são trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6.22-23)

Israel Belo é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, Rio de Janeiro, graduado em Teologia e Comunicação, pós-graduado em História, mestre em Teologia e doutor em Filosofia.

 

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