Israel Belo - 04/10/2019 05h00

“A cortesia é a companheira inseparável da virtude”. (Thomas Fuller)

Onde foi parar o “por favor” com que pedíamos a ajuda ou o serviço do outro?
Em que cemitério enterramos a palavra “obrigado”, quando nos fazem um favor ou nos dizem uma palavra amiga?
O que fizemos do “dá licença”, na hora de nos movermos entre as pessoas?
Para onde enviamos o “desculpe-me”, que precisamos proferir quando erramos ou ferimos alguém?
Em que andar deixamos o “bom dia”, o “boa tarde”, o “boa noite”, quando nos encontramos com alguém no elevador ou no corredor, na portaria ou na enfermaria?
Qual foi a última vez que procuramos um amigo para lhe dizer “parabéns”, porque fez aniversário ou obteve uma grande vitória?
Talvez não peçamos “por favor”, por acharmos que o outro tenha a obrigação de nos atender.
Talvez sepultamos o “obrigado”, por não termos aprendido a receber.
Talvez negamos o “da licença”, por nos acharmos mais importantes que todo mundo.
Talvez evitamos o “desculpe-me” porque achamos que não erramos.
Talvez esquecemos os cumprimentos com bons desejos porque estejamos de mal com a vida.
Talvez não desejemos “parabéns”, por estarmos ocupados demais para as pessoas.
Não importam nossas razões porque o resultado da falta de cortesia é a tristeza simples e trágica.
Talvez nos escondamos atrás da falta de carinho com que nos tratam e nos tornamos iguais a quem criticamos.
Então, lembremo-nos que a gentileza deve fazer parte de nossa essência.
A cortesia é um frasco cujo conteúdo perfuma nossa própria existência.

“Tratem todos com honra”. (1Pedro 2.17)

Israel Belo é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, Rio de Janeiro, graduado em Teologia e Comunicação, pós-graduado em História, mestre em Teologia e doutor em Filosofia.

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