Israel Belo - 11/03/2019 05h00

“Crer na fatalidade é criá-la em nós mesmos” (George Sand).

As tragédias são lamentavelmente nossas companheiras. Umas acontecem dentro de nossa casa e nos entristecem, outras se dão fora e também nos entristecem. Pelos laços de convívio ou pelos sons e imagens dos meios de comunicação, todas as tragédias, não importam onde tenham ocorrido, nos comovem.

De imediato, sofremos juntos, ouvimos histórias, vemos lágrimas, choramos também e depois interpretamos. Não é incomum classificarmos o doloroso evento como uma fatalidade a ser lamentada, como algo que estava destinado a acontecer, como um mistério advindo da vontade de Deus.

Quando as notícias vão mostrando que os fatos foram provocados por corações criminosos, de pessoas concentradas apenas nos seus interesses pessoais ou empresariais, sem nenhuma preocupação com as consequências de suas atitudes ambiciosas, mudamos nossas convicções e deixamos crescer dentro de nosso coração a indignação necessária e legítima. Devemos, então, nos associar a todos que pedem por justiça.

A indignação é uma face da misericórdia, mas há ainda outra face que é provocar ou aproveitar a oportunidade de ajuda, dando um passo em direção ao que sofre para fazer algo em seu favor. Muitas vezes talvez só poderemos orar pelos familiares das vítimas. E todos nós podemos orar. Talvez possamos desenvolver ações que tornem menores as dores dos outros. O certo é que nunca devemos nos omitir.

“Quanto a vocês, irmãos, não se cansem de fazer o bem” (2 Tessalonicenses 3:13).

Israel Belo é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, Rio de Janeiro, graduado em Teologia e Comunicação, pós-graduado em História, mestre em Teologia e doutor em Filosofia.