Léa Mendonça - 20/08/2020 05h00

“Sentindo a dor do ferido” (Mt 9:36).​

Jesus ia por toda parte fazendo o bem. Percorria cidades e povoados ensinando, pregando, curando, compadecendo-se​ das multidões aflitas e exaustas…

Então, dirigiu-se a seus discípulos e lhes disse: “A​ seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores, são poucos. Rogai, pois, ao Senhor das seara que mande trabalhadores para sua seara.”

Para todas as carreiras há concorrências entre os homens. Há milhares de excedentes procurando vagas nas universidades, mas para o ministério, a mais urgente de todas as vocações, poucas pessoas se oferecem.

Jesus está comparando as multidões aflitas e exaustas à seara. Ele parece preocupado com ela, e manda que os discípulos roguem ao Pai para que mande trabalhadores. Do contrário, ela morrerá.

Essa passagem nos revela que o assunto do ministério pertence especialmente a Deus e deve ser motivo de muitas orações, pois não basta uma pessoa querer ou gostar daquele ministério. É necessária uma vocação divina, que está condicionada à comunhão com Deus. Homens não podem interferir.

A expressão “rogai​ que mande” dá a ideia da dinâmica e da urgência da missão cristã relatada em Ef 4:11-12: “Ele​ mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço e edificação do corpo de Cristo.”

Que sejamos como Ele, que olhava para os feridos e exaustos até sentir a sua dor, que olhava para sua face até enxergar seu EU.

Não podemos sair apressados, fingir que não vimos.

A mudança começa com um olhar genuíno e continua com uma mão auxiliadora.

Obras feitas em nome de Deus duram muito mais que nossas próprias vidas.

Léa Mendonça é pastora da Igreja Batista Nova Jerusalém, no Rio de Janeiro; cantora e escritora.

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