Gilton Medeiros - 07/04/2020 05h00

Em tempos difíceis, lembre-se: Nem tudo é o que aparenta ser

“E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma.” Mt 14.26

Jesus conhecia muito bem quem eram os seus discípulos e, obviamente, eles também o conheciam de perto. É fácil deduzir isso por sabermos que eles caminharam lado a lado por alguns anos; estiveram juntos em momentos alegres e de tensão; compartilharam momentos dramáticos e maravilhosos como os da realização de milagres, dos embates com os líderes religiosos dos judeus, das demandas e clamores da multidão – muitos dos que dela faziam parte eram enfermos, pobres e desvalidos.

Essa intensa convivência nos permite dizer que nenhum dos discípulos teria dificuldades em identificar o Mestre, mesmo que estivessem distantes. Entretanto, os evangelistas Mateus, Marcos e João registram um episódio interessantíssimo: Jesus mandou os seus discípulos, indo à sua frente, atravessar o Mar da Galileia. Ele ainda se demorou despedindo-se da multidão que o acompanhava. Por voltas de três da manhã, em plena madrugada foi encontrar-se com os seus discípulos que, a esta altura, já estavam no meio da viagem. Sendo quem era, Jesus foi até eles, caminhando sobre as águas. Mas, os discípulos, tomados de medo e de pavor, não conseguiram identificar que aquele que vinha era o seu Mestre, Jesus! A Bíblia diz: “E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.” (Mt 14.26).

Estamos vivendo dias bem difíceis. A pandemia do Covid-19 (o popular coronavírus) tem causado medo, terror e angústia como nunca se viu na história humana. Mesmo o horror das guerras não foi capaz de produzir tanto paroxismo, tanta desorientação e perplexidade como a disseminação desse vírus no mundo! E, nessas horas de falta de perspectivas e de parâmetros sobre o que virá, muitos acabam vendo fantasmas, mesmo que isso não corresponda a nada do que realmente esteja acontecendo!

Entenda: não estou minimizando a malignidade do vírus e nem desprezando a dor dos que estão sendo atingidos e até perdendo entes queridos. Não. Longe de mim fazer isso! Mas também não podemos perder a serenidade, a calma e a capacidade de lidar com as situações, mesmo as mais adversas!

Se temos um perigo real, uma ameaça grave e mortal diante de nós, precisamos manter o equilíbrio e o discernimento. Não podemos, de modo nenhum, perder o controle e, com isso, ver fantasmas em todos os lugares!

Oração – Senhor, está tudo confuso e há muitas dúvidas que eu não consigo esclarecer. Eu estou com dificuldades para compreender o que está acontecendo e me sinto amedrontado. Ajude-me a ter discernimento e clareza para não viver tomado de temores e cercado de assombrações. Por Jesus, amém!

Pr. Gilton Medeiros é diretor executivo do Ministério Vida Radiante, coordenador do Congresso da Terceira Idade – Vida Radiante, editor do Jornal Novas e escritor.

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