Marcelo Martins - 03/08/2017 05h00 | atualizado em 04/08/2017 18h18

“Clame a mim, e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece”. Jeremias 33:3

Em nossa jornada de fé, somos unânimes ao determinar que a oração é o meio mais eficaz de buscar a presença de Deus. E nisso a diversidade é um fator relevante. Alguns oram no silêncio do coração; outros extravasam sua fé em declarações vibrantes. Alguns sentem Deus em paisagens bucólicas; outros conseguem ouvi-lo no trânsito ruidoso das metrópoles. Oração, intercessão, clamor… a pluralidade afeta diretamente a forma como conversamos com o nosso Criador.

Por ser onisciente, Deus ouve tudo o que dizemos. Antes mesmo que uma simples palavra me chegue à boca, o Senhor já a conhece inteiramente (Salmos 139:4). Não importa se oramos de joelhos, de pé ou deitados; se estamos alegres ou afligidos pela tristeza; Deus conhece o nosso coração. Não podemos – e jamais conseguiremos – esconder qualquer coisa do Senhor.

E quanto a Deus, conseguimos conhecer o coração dele? Deixe-me reformular a pergunta: “Desejamos conhecer o coração do Pai?”. Talvez, tenha sido essa a intenção divina ao usar o profeta Jeremias: “Clame a mim, e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece”.

Deus quer se fazer conhecido; o Senhor é um Deus de perto. Ele quer revelar coisas grandiosas e insondáveis a você e a mim. Podemos traduzir como relacionamento. Mas nada nos será revelado se a nossa oração permanecer com o foco em pronomes possessivos: “Meus sonhos”, “meus desejos”, “minhas necessidades”, “minhas bênçãos”. Deus não pode ser tratado como uma despensa que abrimos quando precisamos pegar alguma coisa. Devemos ter o cuidado de não inverter os papéis: Deus é Senhor; nós somos servos.

Se as minhas necessidades pessoais são a prioridade do meu relacionamento com Deus, alguma coisa está muito errada dentro de mim. Se estou buscando a Deus somente para que Ele resolva os problemas – que eu mesmo causei, preciso reavaliar minha vida espiritual urgentemente.

Você se lembra da última vez que orou simplesmente porque sentiu saudades da presença de Deus?

O que podemos aprender?

“A minha graça te basta…”. 2 Coríntios 12:9a

Que palavra extraordinária! Tudo que precisamos, tudo que nos preenche, tudo que nos alegra, tudo que nos renova, tudo que nos salva… está contido numa única palavra: “graça”. Quando vivemos, de verdade, a graça que Deus derrama sobre nós todos os dias, tudo mais se torna acessório.

“Minha fé não está firmada nas coisas que podes fazer. Eu aprendi a te adorar pelo que és.” (Delino Marçal, Deus é Deus)

Vamos conversar com Deus?

“Senhor Deus, queremos aprender a te buscar de todo o nosso coração, para te conhecer, te sentir. Nossas necessidades não são nada se comparadas à tua maravilhosa presença. Pai, ajuda-nos a reencontrar a tua graça, a viver pela graça. Pois tudo o que temos sempre será muito mais do que merecemos. Assim oramos, em nome de Jesus Cristo. Amém”.