Leia também:
X A família disfuncional

Depressão: Uma epidemia

Toda depressão parece estar ligada à incapacidade de lidar com a vida

Ângelo Éder Collares - 29/05/2019 05h00 | atualizado em 29/05/2019 08h02

Os remédios campeões de vendagem nas farmácias são remédio para: diabetes, hipertensão, ansiedade e remédio para depressão. A depressão está virando epidemia e o que mais preocupa é que ela está no caminho que leva ao suicídio. Virou um problema de saúde pública, mas, infelizmente, as autoridades da saúde ainda não atentaram para o fato.

A depressão é tão comum, mas tão complicada que é difícil definir, é mais fácil reconhecer seus sintomas. Mas tentemos conceitua-la: “depressão é o peso emocional esmagador de sentir-se sem esperança e incapaz de lidar com a vida”(David Kornfiel). A pessoa sente-se esgotada, abatida, desanimada, a vida perde o colorido, as tarefas diárias passam a ser um peso muito grande, a pessoa fica prostrada. Os sintomas da depressão variam de pessoa para pessoa, mas um sintoma é comum a todas as pessoas diagnosticadas com depressão: abatimento, uma vez que ela suga nossa energia emocional.

Para um diagnóstico seguro, o profissional da saúde mental levará em conta os seguintes critérios: 1- Ouvir o relato do paciente; 2- Estado de abatimento perdurando pelo menos duas semanas, ou mais, ocasionando distúrbios e prejuízos na área social, familiar e ocupacional; 3- O diagnóstico constatará dos seguintes sintomas: estado de abatimento, dificuldade de concentração, habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se, comprometimento das ações na rotina diária, culpa excessiva, sentimento de inutilidade. Há outros sintomas, mas estes, necessariamente, deverão estar presentes para um diagnóstico.

Toda depressão parece estar ligada à incapacidade de lidar com a vida, seja depressão com base em fatores físicos (doenças no corpo), depressão reativa – baseada em fatores externos (perda de emprego), ou a depressão voltada para dentro de si – com raízes no passado (culpa, ira reprimida ou rejeição); ou ainda depressão aguda – surgida da perda de algo ou alguém importante, ou pela traição.

Alguns aspectos neurobiológicos da depressão podem ser apontados: alterações na atividade do sistema nervoso; alteração do hipocampo e o córtex pré-frontal; insônia ou sono excessivo; alteração de peso; dores físicas, sendo as queixas mais comuns enxaqueca e incômodo na lombar; alterações de Humor. Os neurotransmissores fazem com que o indivíduo passe por alterações extremas de humor, ora super agitado e eufórico, ora desanimado. A depressão está ligada a um aumento na produção de cortisol, o hormônio do estresse, que em excesso nos deixa mais tensos e ansiosos; infecções de repetição – como a depressão frequentemente se manifesta na forma de pouco auto cuidado, a pessoa pode deixar de ter atitudes que mantém as defesas em dia, como fazer exercícios e ter uma alimentação equilibrada. Além de interferir no humor, o cortisol também desequilibra o sistema imunológico.

O tratamento da depressão deve conjugar o uso de remédio antidepressivo com a psicoterapia. Deste modo, estamos não somente tratando a depressão do ponto de vista biológico, mas também promovendo a resolução dos conflitos internos que podem estar na causa, prevenindo, deste modo, recaídas futuras. Vale ressaltar que, quando o principal motivo da depressão são os conflitos pessoais ou interpessoais, ou até mesmo possuir uma grande dificuldade em lidar com os problemas da vida, a psicoterapia apresenta melhores resultados, porém, ela não é um substituto para os remédios.

Ângelo Éder Collares é graduado em Teologia e Psicologia, especialista em Docência Superior e mestre em Educação. Atua como pastor da Igreja Batista de Viçoso Jardim, Niterói, Rio de Janeiro.

Leia também1 Pastora comete suicídio ao se jogar de cima de viaduto no RJ
2 Whindersson Nunes viaja para o Piauí para tratar depressão
3 Cantora mirim do programa Raul Gil comete suicídio

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.