As artes da vida
Israel Belo - 03/10/2019 05h00
“Viver consiste em construir recordações futuras”. (Ernesto Sábado)
Deus nos abençoa ao nos colocar num lugar a que Ele chama de “jardim” e nós, de “natureza”.
Para viver, dependemos da natureza, de onde vêm o ar, a água e o alimento. A natureza nos é dada. Grandiosa, a natureza é para ser conservada, para que o ar não fique pesado, a água não escasseie e o alimento não nos chegue.
Quando conseguimos viver em harmonia com a natureza — e esta é a forma maravilhosa de viver —, percebemos que ela proclama a glória criadora de Deus (Salmo 19.1).
Deus nos abençoa ao nos fazer nascer numa família, que toma a forma de um ventre que nos acolhe e impulsiona, de uma casa onde somos abrigados e abrigamos, de uma fraternidade amarrada pelos laços dos que consideramos ser nosso “sangue”.
Quando conseguimos viver em harmonia na família — e esta é a forma excelente de viver — negamos nossa tendência ao egoísmo e exercitamos a solidariedade (Atos 20.35b), destinando o que temos e sabemos ao bem comum, primeiramente aos de nossa casa, mas não apenas a eles.
Deus nos abençoa ao nos cercar de pessoas a que chamamos de “amigos”, mas devíamos chamar de “irmãos” (Provérbios 18.24b). Com eles fazemos a festa e o funeral. Precisamos deles para rir e chorar melhor. Eles nos estimulam a ir além. Ele nos lembram o que somos até quando nos decepcionam.
Quando conseguirmos viver em harmonia com os nossos amigos — e esta é a forma magnífica de viver — somos levados a agradecer a Deus pelas variadas formas do seu cuidado para conosco e somos inspirados a cuidar das dádivas da natureza, da família e dos amigos, não como um dever, mas com um prazer.
“Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom”. (Gênesis 1.31a)
Israel Belo é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, Rio de Janeiro, graduado em Teologia e Comunicação, pós-graduado em História, mestre em Teologia e doutor em Filosofia. |
Leia também1 Elogio ao conhecimento
2 Um objetivo a perseguir
3 O que não pode mudar