Léa Mendonça - 17/08/2020 05h00

“ Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim…” Mateus 15:22

A Bíblia não diz, mas eu acredito que Jesus a examinou de alto a baixo, por dentro e por fora, até encontrar nela a fé que glorifica o Pai. Estou falando da mulher Cananeia, que tinha uma filha endemoninhada, e que precisava urgentemente de cura.

Quando esta mulher ficou sabendo que o estrangeiro judeu estava em sua cidade, não pensou duas vezes para ir ter com ele. O que ela não esperava é que inúmeras barreiras se levantassem entre ela e Ele. A multidão era grande, os discípulos eram intransigentes, e o pior de tudo, o próprio Jesus lhe foi indiferente.

Mas, quando queremos muito uma vitória, somos capazes de ignorar qualquer barreira, e foi o que ela fez.

Jesus estava cercado de judeus que o seguiam só para criticá-lo. Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam. Agora Ele está diante de uma estrangeira, que acredita nele. Jesus dificulta o milagre, para aguçar a fé e a perseverança da estrangeira, com a finalidade de glorificar o Pai ante aqueles judeus incrédulos.

O final da história você já sabe. Admirado, Jesus libera a cura, e a filha da Cananeia imediatamente fica curada.

Eu aprendo três principais lições com esta mulher de atitudes nobres:

1. A história também é feita por anônimos, por pessoas que não chamam a atenção para si, altruístas, sempre priorizando quem está mais necessitado. Há pessoas, que quando se movem na terra, Deus se move no céu;

2. A história é feita por pessoas que aproveitam as oportunidades que surgem para fazerem mudanças que valem à pena. Se a Cananeia conseguisse a cura da filha, toda sua casa seria curada e teria paz. Se não aproveitasse aquela oportunidade, talvez não tivesse outra. Quem aproveita as oportunidades que surgem fura bloqueio, grita, toca, não passa despercebida, nem deixa para depois o que se pode fazer agora.

3. A história é feita por pessoas que exercitam a fé e a perseverança, as exigências do milagre. Fé é certeza do que se não vê e a convicção do que se espera; perseverança é não desistir nunca. É impossível que uma pessoa com essas características fique sem o seu milagre.

A maternidade acontece no ventre que gesta e no coração que jamais desiste de um filho.

“Não creio que existam demônios suficientes no inferno para arrancar um filho dos braços de uma mãe que ora.” (Billy Sunday)

Léa Mendonça é pastora da Igreja Batista Nova Jerusalém, no Rio de Janeiro; cantora e escritora.