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A porta da frente do Cristianismo

Israel Belo - 23/11/2020 05h00

“Ser cristão significa perdoar o indesculpável, porque Deus perdoou o indesculpável em você”. (C.S. Lewis)

O cristianismo nasceu para ser escarnecido.

Como não debochar de uma religião cujo originador teve seu berço numa pedra esculpido?

Como não duvidar de uma fé que fez da defesa dos fracos a sua mensagem?

Como levar a sério um modo de viver que inclui não resistir à inimizade?

Como integrar uma revolução a ser feita com o amor, que não grita, não empunha armas, nunca é violento?

Como aceitar a ideia de que não somos bons mas somos por Deus amados assim mesmo, amados sem razão, mas intensamente?

Como defender um mestre que não se defende e responde com o silêncio à maldade que o condena injustamente?

Como seguir um guia que perdoou os algozes que o matavam e se divertiam ao mesmo tempo?

Foi assim que Deus decidiu fazer.

É a este caminho, feito de ridículas coroas de espinho, que Deus nos convida a pertencer.

É esta sabedoria, que os que se acham sábios tentam fulminar, que Deus nos oferece para conhecer.

É esta força, feita de fraqueza, que devemos ter.

É nesta vitória, invisivelmente tecida pelo Senhor da história, que devemos crer.

Uma vida perfumada pela coerência e pela misericórdia — com respeito aos que não nos respeitam e com argumentos solidamente fundamentados e vibrantemente formulados mas que não atacam e não revidam — esta é a nossa arma, se assim podemos chamá-la, e outras não podem haver.

É no que chamam de ignorância, consideram uma moral para escravos, pintam como obediência cega, cantam como escolha para retrógados, que está o nosso poder.

Esta é a cruz que devemos carregar.

Esta é a porta da alegria por cuja frente devemos entrar.

“Naquela hora, Jesus exultou no Espírito Santo e exclamou: ‘Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado’”. (Lucas 10.21)

Israel Belo é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, Rio de Janeiro, graduado em Teologia e Comunicação, pós-graduado em História, mestre em Teologia e doutor em Filosofia.

 

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