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A família disfuncional

Certo conjunto de ações e atitudes são resultado de modelos mentais de comportamento que vimos nos pais ou nas pessoas que nos criaram

Ângelo Éder Collares - 28/05/2019 05h00 | atualizado em 28/05/2019 07h45

Ser criado numa família em que o ambiente não é saudável deixa marcas em nosso comportamento para o resto da vida. Certo conjunto de ações e atitudes são resultado de modelos mentais de comportamento que vimos nos pais ou pessoas que nos criaram e que repetimos, consciente ou inconscientemente. Se o ambiente familiar não é saudável, tendemos a levar essa influência para nossos relacionamentos pela vida a fora.

Muitas pessoas cresceram numa família disfuncional, onde pai e mãe não refletiram sobre os propósitos de Deus para a família, de ser um lugar de acolhimento e amor, um lugar de onde a pessoa será lançada para desenvolver seu potencial. Muitos tiveram pais que não se amavam ou não demonstravam afeto um pelo outro na frente dos filhos, ou mesmo para com as crianças. Os pais estavam fora por tanto tempo que quando chegavam em casa eram tidos como estranhos, ou chegavam cansados e se colocavam diante da televisão, que dominava a casa, bloqueando a comunicação. Há também o caso de pessoas que nunca ouviram palavras de afirmação e incentivo, pelo contrário, vivenciaram abuso verbal por meio de xingamentos ou apelidos. Um ambiente adoecido assim contribui para a construção de uma autoimagem negativa e uma autoestima baixa.

Há pessoas que vieram de uma gravidez indesejada, vivenciando em sua história de vida situações reforçadoras da rejeição. Já que “o rejeitado rejeita”, a tendência ao isolamento, ressentimento e amargura é muito comum a estas pessoas, que poderão ser marcadas por tristeza, desânimo e depressão. Cada pessoa dá uma significação pessoal ao que lhe acontece, portanto, outras pessoas poderão ir ao outro extremo, de ira, hostilizando o mundo que não as acolheu, evidenciando revolta, rebelião e violência. Devido a carências da alma pessoas se tornam exigentes de afeto e reconhecimento, desenvolvendo relacionamentos de controle e manipulação.

Fruto de lares autoritários, algumas pessoas poderão ter dificuldade com figuras de autoridade, ou mesmo dificuldade de exercer autoridade como líder servidor, evidenciando uma tendência em ser controladores. Assim, os relacionamentos passam a ser uma batalha por poder. Não é de se surpreender a ocorrência das mazelas que aparecem no tecido social macro.

Diante desse quadro, fica evidente a necessidade de trabalhar o ambiente da família, fica evidente a necessidade que temos de cura da alma. Não deixar para trabalhar suas questões pessoais somente quando já estiverem trazendo prejuízo à saúde. As famílias estão cada vez mais afastadas do propósito de Deus de que o lar seja o ambiente ideal para produzir pessoas saudáveis. As pessoas estão cada vez menos sadias. Não é de se estranhar, portanto, o aumento de suicídio. Sua história de vida precisa ser relembrada e ressignificada para que você possa se reposicionar diante das questões que trouxeram adoecimento. Deus quer escrever uma nova história para você e quer começar com a matéria prima que você é hoje.

Ângelo Éder Collares é graduado em Teologia e Psicologia, especialista em Docência Superior e mestre em Educação. Atua como pastor da Igreja Batista de Viçoso Jardim, Niterói, Rio de Janeiro.

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