A cruz
Stephen dos Santos - 19/11/2018 05h00
“Enquanto ele estava assentado sobre o estrado, sua esposa mandou dizer-lhe: “Não te envolvas na questão deste justo! Pois hoje estive muito aflita em sonho por causa dele”(Mt 27.19 – ARA).
O contexto da crucificação nos apresenta momentos de uma dramaticidade que não alcançou somente ambientes, religiosos, mas também outras culturas, povos de vida extremamente antagônica não somente à religião judaica,como a cultura,história e ao conhecimento de Deus propagado pela nação de Israel desde o primórdio das civilizações.
No contexto da crucificação, alguns personagens trazem vida à essas observações. Encontramos entre estes, por exemplo, a mulher de Pilatos, cujo personagem o Evangelho de Matheus deixou registrado no período do julgamento de Jesus no pretório. O texto de Mateus deixa claro que ela não vai ao tribunal, mas envia um recado, uma mensagem, pedindo para que Pilatos não se envolvesse na causa do justo Jesus. E é válido ressaltar que a palavra justo aqui é “dikaios”, que dentre os sentidos está o de inocência. Entendemos assim, que ela não estava chamando-o de justo no sentido religioso da palavra (fiel à vontade de Deus), mas no seu sentido cultural (um homem de bem, por isso, inocente).
Essa convicção surge por meio de um sonho. Além disso, ela afirma que sofreu no sonho. Uma noite de sofrimento e mal dormida por causa do justo Jesus. Não estamos falando de uma leitora dos pergaminhos, de uma mulher de um dos representantes religiosos. Não existem registros nos textos dos Evangelhos dessa mulher em sinagogas. Nenhum dos evangelistas testemunham vê-la ouvindo Jesus no monte das bem-aventuranças ou aprendendo com seus sermões em sinagogas. Porém ela sonhou e sofreu por conta de sua inocência.
Tudo o que está relacionado à Cruz de Cristo há de ser tratado. Enquanto os religiosos e a multidão, que ouviram sermões e ouviram milagres, incitavam a condenação, crucificação e morte de Jesus, a mulher de Pilatos testemunhava sua inocência não sendo evidenciada em suas reuniões.
A Cruz sempre vai encontrar um coração e uma consciência para testemunhar a inocência de Cristo e a nossa culpa. A Cruz entra em sonhos para alterar motivações. A Cruz muda mentes e corações independente das culturas, etnias e crenças. A Cruz perpassa a impiedade dos homens. A Cruz sempre vai encontrar alguém que sofra à ponto de colocar a vida em risco conscientizado por um bem maior: a inocência de Cristo que revelou a culpa dos homens e a necessidade de um resgate eficaz. A Cruz aponta a suficiência dos homens e seu resgate: o justo Jesus!
Stephen dos Santos é evangelista da Assembleia de Deus em Nova Iguaçu, seminarista pelo Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil e estudante de História pela UniCesumar. |
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