Ana Luiza Menezes - 13/06/2018 18h22 | atualizado em 13/06/2018 19h06

Uma coalizão de grupos religiosos e ativistas que lutam contra o tráfico sexual se uniram para promover um referendo que visa banir a legalização de bordéis em dois condados de Nevada, nos Estados Unidos. A votação acontecerá em novembro.

Segundo o jornal Chicago Tribune, atualmente existem pelo menos 20 bordéis abertos no estado, estando a maioria deles em áreas rurais.

Nevada é o único estado que permite a prostituição como uma prática legalizada.

Os membros da campanha contra os bordéis afirmam que muitas mulheres não estão se prostituindo por uma simples escolha, mas sim fatores como pobreza ou devido a um passado marcado por abuso sexual. O grupo denuncia ainda que também existem pessoas que foram mandadas para bordéis por meio de cafetões ilegais.

Karen Cohen, moradora do condado de Pahrump, onde existem quatro bordéis, faz parte do grupo que luta pelo fechamento de casas de prostituição.

– É uma vergonha que sejamos um dos poucos lugares nos Estados Unidos que tolera a legalização da prostituição – disse ela.

O advogado Jason Guinasso é outro defensor do fim dos prostíbulos. Segundo ele, independentemente do resultado do referendo, é uma vitória saber que os habitantes do estado de Nevada estão repensando a validade da legalização deste tipo de atividade, principalmente após a força do movimento Me Too (que significa Eu também, em português), que é contra casos de abuso e agressão sexual.

CONTRA A MORAL
Dono de seis prostíbulos no estado, Dennis Hof se pronunciou contra a ação dos grupos religiosos.

De acordo com ele, o referendo está sendo liderado por pessoas defensoras da moral que se uniram a seus opositores políticos, uma vez que ele vem lutando por uma vaga no legislativo.

– É horrível que as pessoas venham e tentem mudar esta cultura, e que queiram infligir seus valores morais a nós – disse.

Hof defende ainda que se os bordéis forem proibidos, a prostituição ilegal vai florescer no estado.

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