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Teólogos reprovam bíblia vegana reescrita via ChatGPT

Para Darrell Bock, ativistas estão tentando "fazer Deus à nossa imagem"

Thamirys Andrade - 10/06/2023 16h47 | atualizado em 11/06/2023 12h58

Bíblia em versão vegana Foto: Screenshot/PETA.org

As alterações feitas por ativistas em prol dos direitos animais no livro bíblico de Gênesis, sagrado para cristãos e judeus, não foram bem aceitas por teólogos. Darrell L. Bock, professor pesquisador sênior de Estudos do Novo Testamento no Seminário Teológico de Dallas, disse ao Christian Post que a atitude é uma forma de tentar adequar Deus aos seres humanos.

– Você não pode reescrever a Bíblia com esse tipo de revisionismo e depois afirmar que é uma sanção bíblica. Fazer isso por suas preferências enfraquece o que a Bíblia é e produz algo que não é mais a Bíblia. Produz uma reivindicação fraudulenta de sanção divina, fazendo Deus à nossa imagem – assinalou.

Em entrevista ao portal UOL, o pastor Ranieri Costa, mestre em Linguagem, afirmou que há um risco muito grande quando se descaracteriza algo que possui um “valor tão profundo, tão intenso para a vida religiosa de boa parte da humanidade apenas para satisfazer uma questão ideológica”.

Ao ser questionada se a atitude não seria ofensiva para religiosos, a PETA, responsável pela versão vegana, afirmou que a ONG “embarcou neste projeto a pedido de seus membros cristãos” e disse que seria um “equívoco” se ofender com as mudanças.

ENTENDA
Ativistas em prol dos direitos dos animais reescreveram o livro de Gênesis utilizando a inteligência artificial do ChatGPT a fim de adequar a Bíblia ao veganismo.

Entre as alterações, estão trocas de palavras e até mesmo interferência direta nas histórias, como a retirada de sacrifícios com animais e relatos de que Abraão teria adotado um cão chamado Herbie, por exemplo.

A iniciativa – repudiada pelos cristãos – foi feita por integrantes da PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais). Eles afirmam que a “Bíblia tem sido usada há muito tempo para justificar todas as formas de opressão”.

– Usamos o ChatGPT para deixar claro que um Deus amoroso nunca endossaria a exploração ou crueldade com os animais – declarou a presidente da ONG, Ingrid Newkirk.

Os planos da PETA envolvem apresentar uma nova versão não apenas de Gênesis, mas dos demais livros da Bíblia em breve. O primeiro livro já está sendo comercializado.

Segundo informações do Christian Post, a versão vegana de Gênesis troca expressões como “criaturas” ou “feras” para “seres”.

Também muda trechos como o momento em que Deus ordena que Abraão sacrifique seu filho, Isaque, mas por fim intervém provendo um cordeiro para o holocausto. Na versão do ChatGPT, Abraão não sacrifica o cordeiro, mas faz “amizade” com o animal “para mostrar sua reverência e respeito pela criação de Deus”.

Há mudanças ainda mais radicais, como a da história completa de Enos, filho de Sete. Na versão da PETA, o personagem bíblico vive apenas 50 anos em vez de 905, tendo adoecido por ter cometido o “pecado máximo” de comer carne de animais.

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