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Após proibição, EUA decide que técnico pode orar em campo

Treinador foi advertido pelo distrito da escola onde trabalhava de que não deveria orar no meio do campo

Paulo Moura - 27/06/2022 15h41 | atualizado em 27/06/2022 15h56

Joseph Kennedy realizava orações após os jogos Foto: Reprodução/NBC

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta segunda-feira (27), que um treinador de futebol americano tem o direito de orar em campo após as partidas de seu time. A votação foi definida por seis votos a três a favor da manifestação religiosa do treinador Joseph Kennedy. Ele liderava a equipe de futebol americano de uma escola pública da cidade de Bremerton, em Washington.

Durante oito anos, Kennedy rotineiramente fazia orações no meio do campo após os jogos de sua equipe, com os alunos muitas vezes se juntando a ele. O treinador também comandava e participava de orações no vestiário, prática que mais tarde abandonou.

Em 2015, após um treinador adversário dizer ao diretor da escola de Kennedy que achava “muito legal” que ele pudesse orar em campo, o conselho escolar pediu então que ele encontrasse um local privado para orar. Após Kennedy se recusar e seguir com as orações, o distrito deu uma baixa avaliação ao treinador e ele decidiu não se candidatar para a renovação de seu contrato.

O técnico acionou então o Judiciário e afirmou que o Distrito Escolar de Bremerton violou sua liberdade religiosa ao dizer que ele não podia orar tão publicamente após os jogos. O distrito, por sua vez, disse que estava tentando evitar a aparência de que a escola estava endossando um ponto de vista religioso.

Para Kennedy, ele estava agindo em seu próprio nome, expressando suas próprias opiniões religiosas, não falando como um porta-voz da escola. Mas o distrito escolar disse que os alunos do time de futebol admiravam seu treinador e se sentiam coagidos a fazer o que ele fazia.

Após instâncias inferiores afirmarem que ele estava agindo como funcionário público ao fazer suas orações em um lugar tão proeminente e concluírem que, com isso, sua conduta não era protegida pela Primeira Emenda da Constituição norte-americana, o caso chegou à Corte máxima dos Estados Unidos.

Na Suprema Corte, onde Kennedy venceu com seis votos favoráveis, o juiz Neil Gorsuch, que transcreveu a decisão da maioria, afirmou que “tanto as cláusulas de livre exercício quanto de liberdade de expressão da Primeira Emenda” da Constituição dos Estados Unidos protegem manifestações religiosas como a realizada pelo treinador.

– Nenhuma compreensão adequada da Cláusula de Estabelecimento da Emenda exige que o governo destaque o discurso religioso privado para um desfavor especial. A Constituição e o melhor de nossas tradições aconselham respeito e tolerância mútuos, não censura e supressão, tanto para visões religiosas quanto não religiosas – ressaltou o juiz.

O ex-vice-presidente do governo Trump, Mike Pence, elogiou a decisão da Suprema Corte e afirmou que “os americanos de fé não desligam e ligam sua devoção como um interruptor de luz”. Pence ainda defendeu que “devemos rejeitar qualquer tentativa do governo de controlar a expressão religiosa privada”.

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