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Patrulha da Paz foi questionada por usar roupas e carros similares aos das forças de segurança

Paulo Moura - 07/08/2020 11h52 | atualizado em 07/08/2020 12h05

Evangélicos usam viaturas e roupas similares às utilizadas pela polícia Foto: Reprodução

Um projeto que utiliza aparatos similares aos usados pelos policiais para resgatar usuários de drogas em uma das maiores favelas do Brasil através da Palavra de Deus. Esse é o Patrulha da Paz, coordenado pelo pastor Gilmar Bezerra e que atua na favela Sol Nascente, em Ceilândia, no Distrito Federal.

Em um primeiro olhar desatento a uma das ações do grupo, é possível até achar que se trata de uma operação policial, afinal, o grupo utiliza quatro “viaturas” paramentadas, veículos da marca Blazer devidamente adesivados com o nome do projeto e ainda com as rotolights acesas. Entretanto, ao conhecer o trabalho da Patrulha se descobre que, na verdade, a ação é “enérgica”, mas não da forma que a maioria das pessoas imagina.

– Quando nos apresentamos, já fica demonstrado que temos uma organização, que temos responsabilidade com esse trabalho – relata o pastor Gilmar.

O pastor destaca que o pelotão chega nos locais, na verdade, para levar “a palavra de Deus” a quem precisa encontrar um caminho. Ele ressalta que o grupo conta com o apoio de 40 voluntários e garante não estar desrespeitando a lei por usar itens com aparência similares ao das forças de segurança.

– Nós temos apenas um comandante: é Deus. Estamos nos preparando para pedir ajuda financeira ao governo local e aos deputados distritais para continuarmos tocando o projeto. Se as autoridades acharem por bem que a gente deixe de usar nossos uniformes de trabalho, a gente deixará. Mas nunca estivemos fora da lei – destaca.

Gilmar diz que as semelhanças com grupos da Polícia Militar são restritas apenas à aparência das viaturas e dos uniformes, e que não há qualquer similaridade com as abordagens feitas pelo grupo em comparação com as corporações policiais.

– Nunca fizemos o uso de comparação com a polícia. No nosso carro está escrito o nome do nosso projeto. Todos os moradores de rua já conhecem os paramentos das forças policiais, que são diferentes dos nossos. Nosso nome diz: somos da paz – garante.

Os cuidados do grupo com possíveis confusões de identidade acontecem especialmente após o formato ser questionado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF) e até pelo Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev-DF) a prestar explicações sobre a metodologia aplicada.

Convicto de que faz a coisa certa, o pastor Gilmar diz que a Patrulha da Paz nunca foi confundida com a polícia e ressalta que faz questão de destacar durante as ações realizadas pelo grupo de que aquela visita é um trabalho social, com uma abordagem gentil.

– Quer saber? Nunca fomos confundidos com policiais e isso é muito simples: na hora em que nos apresentamos, a primeira coisa que falamos é boa noite. Quando há o trabalho de repreensão, como é feito pela polícia, não há de se falar em abordagem gentil. Nosso trabalho é diferente, é social – completa.

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