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Alexandra Abrantes fala sobre atitudes de uma mulher de fé

Esposa do músico Rodolfo também relatou perseguição religiosa que sofreu após conversão do marido ao evangelho

Ana Luiza Menezes - 17/03/2020 15h44 | atualizado em 17/03/2020 15h46

Alexandra Abrantes Foto: Pleno.News/ Paulo Tauil

Alexandra Abrantes tem percorrido o país para compartilhar o evangelho em igrejas e eventos cristãos. Em suas pregações, ela dá conselhos e fala sobre o que tem aprendido com Deus, além de contar um pouco de ser testemunho sobre fez parte do processo de conversão de seu esposo, o músico Rodolfo Abrantes, ex-integrante da banda Raimundos.

Ao Pleno.News, Alexandra falou sobre seu ministério, trajetória e casamento. No mês em que foi celebrado o Dia da Mulher, ela contou também quem são suas referências de fé e afirmou que vale a pena se manter firme dentro de um propósito apesar das críticas e da perseguição religiosa.

Como começou seu ministério de pregação da Palavra? Há quanto tempo ministra em igrejas e congressos?
O ministério da Palavra começou na minha vida bem cedo. Logo que eu me converti, eu sempre tive o costume de pregar. Só que faz pouco tempo que as pessoas me descobriram por causa das redes sociais. Há uns 15 anos, mais ou menos, que eu prego. E eu comecei, na verdade, pregando para o Rodolfo; ele se converteu através de mim. Eu sempre ministrava a Palavra para Ele. E, depois, a gente teve célula, enfim, e começamos uma igreja em Balneário Camboriú, onde éramos era co-pastores. Eu pregava sempre nos cultos de mulheres, e também pregava às vezes no culto de quarta-feira. Eu sempre tive um amor especial pela Palavra de Deus. Já fui [do ministério de] louvor, da intercessão, já fui do ministério infantil, já fui de cura e libertação, já fui do ministério de aconselhamento, mas o que sempre queimou o meu coração mesmo foi a pregação da Palavra e, hoje, eu estou onde sinto que Deus me quis.

Fale sobre o privilégio de ser usada por Deus para impactar outras vidas e a responsabilidade de representar Cristo.
Sempre falo que representar Jesus é uma coisa que você precisa entender que é maior do que você. Eu carrego um nome que é maior do que eu. Então, muitas vezes para você ser um bom discípulo de cristo e representar o nome dele, a primeira coisa que precisa fazer é não queimar o filme dele. A segunda coisa é que você tem que entender que para ser discípulo, como o mesmo Jesus falou, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz e então siga. A partir do momento em que as pessoas veem Jesus em você, ou que você declara sua fé em público, é preciso entender que não é mais você que vive, mas é Cristo que vive através de você. E não representar mal a Jesus já é um bom começo; não dar mal testemunho já é um bom começo. Mas quando nós assumimos uma postura de liderança, quando somos referência, precisamos entender que o nome de Jesus vem na frente e muitas vezes é preciso negar a si mesmo e a própria vontade para representar bem o evangelho.

Alexandra e seu esposo, o músico Rodolfo Abrantes Foto: Reprodução

A Bíblia diz que a mulher sábia edifica a sua casa. Se marido foi alcançado por meio da abertura que você deu para Jesus entrar em sua casa. Você buscou a Deus para resgatar o seu casamento e acabou se apaixonando por Jesus?
Eu cresci no evangelho, e passei um tempo desviada, mas sempre ouvi essa palavra da ‘mulher sábia edifica a sua casa e a tola com as próprias mãos destrói’. Eu sempre cri nisso, mas eu fui entender na prática que, na verdade, a nossa casa é a nossa vida. Nossa casa é o nosso corpo, e aquele que ora em línguas edifica a si mesmo. Sabedoria é você orar, ser uma mulher de oração que tem intimidade com Deus. Porque quando você tem isso, quando você tem intimidade com o Espírito Santo, todo o resto coopera para o bem. Eu fui aquela que busquei primeiro Jesus e, depois, sem querer, transbordou para a vida do Rodolfo, transbordou para a vida dos meus pais, dos meus irmãos, das minhas amigas. Foi uma busca individual que, sem querer, automaticamente foi transbordando. Porque ninguém dá aquilo que não tem. Você só transborda daquilo que você tá se enchendo. Então, eu fui me enchendo de Deus, edificando a minha casa, o meu templo, o meu coração, a minha vida, a minha mente com a Palavra, com Jesus, com o Espírito Santo, e isso acabou transbordando de mim.

Eu creio que tudo na nossa vida vai fluir a partir da nossa intimidade com Deus

Acredita que muitas mulheres cristãs têm o marido ou um relacionamento como um deus e não priorizam a comunhão com Deus?
Eu acho sim que muitas mulheres priorizam o casamento antes do relacionamento com Deus. Eu sempre falo essa frase: se você não é uma boa solteira, você não vai ser uma boa casada. Porque as coisas de Deus começam em ordem. Então, claro que se você acaba se convertendo no meio do casamento, é uma exceção. Mas eu creio que tudo na nossa vida vai fluir a partir da nossa intimidade com Deus. Então, uma mulher que prioriza só o casamento tem sempre alguma coisa faltando. Agora, quando você coloca tua comunhão com Deus em primeiro lugar, a tua intimidade com Deus e o Espírito Santo vão te ensinar a ser uma boa esposa, uma boa mãe, uma boa amiga, boa conselheira. A partir da tua intimidade com Deus, e do teu relacionamento com o Espírito Santo, você vai poder desenvolver as outras áreas da sua vida.

“Na verdade, é tudo uma questão de saber quem você é em Deus” Foto:

Em sua experiência ministrando a Palavra, você percebeu qual o maior desafio da mulher cristã brasileira, por exemplo, em que área as casadas mais lutam e em que área as solteiras mais lutam?
Eu, além de ter pregado já há um tempo, e viajado por vários lugares, gosto muito de fazer aconselhamento. Faço bastante aconselhamento, sempre trabalhei com isso, e eu faço bastante aconselhamento, inclusive pelo direct do Instagram, porque várias mulheres que se identificam com a minha história me mandam mensagem e eu dedico sempre um momento do meu dia para fazer isso. E eu vejo que, às vezes, a luta das casadas, não é muito diferente da luta das solteiras. Porque, na verdade, é tudo uma questão de você saber quem você é em Deus. Por isso que eu digo, se você não é uma boa solteira, a chance de você não ser uma boa casada é grande. Não é porque você põe o ‘bem-casado’ no docinho do casamento, que vai ser um casamento bem sucedido, mas a partir de quem você é em Deus a sua vida vai fluir, tanto solteira quanto casada. Se você não tem um relacionamento por si só entre você e Deus, a chance de você não ter um relacionamento bom com o seu cônjuge, ou com o seu namorado, é alta. Então, eu sempre encorajo as mulheres a se descobrirem em Deus e a partir da identidade que elas têm em Deus aí sim elas vão basear os outros relacionamentos.

Na verdade, é uma questão de você saber quem você é em Deus

O que tem a dizer como a forma que o mundo defende o papel da mulher versus a forma como a Bíblia ensina?
Esse empoderamento feminino que o mundo prega não é nada compatível com o empoderamento feminino da Bíblia. Porque a Bíblia fala ‘fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder’, em Efésios 6. E também fala que as armas da nossa guerra não são carnais, mas poderosas em Deus para vencer as fortalezas. Então, eu creio que o empoderamento feminino é uma mulher de Deus, que tem intimidade com Deus, que sabe quem é, que não se acha melhor do que ninguém, que também não se acha também pior do que ninguém, que não se compara com outras, que sabe que é única, que dá valor, que se valoriza, que não mendiga amor, mas ao mesmo tempo sabe dar amor. Então, é uma resposta bem complicada porque o mundo distorce o empoderamento feminino como as mulheres pisarem nos homens e eu digo que uma mulher dificilmente vai se sentir atraída por alguém que ela não admira.

Nenhuma coisa que te faz escrava é saudável

Fale sobre a importância de a mulher se cuidar (tanto da saúde como esteticamente). O Espírito Santo auxilia também nessa parte, para que não haja exageros, ou é importante não “espiritualizar” tudo?
Não tem como você dividir uma coisa da outra. O problema é que o povo confunde tudo e acha que vaidade é se cuidar. Se cuidar é você cuidar do seu templo, do seu corpo. Vaidade é quando você se acha melhor do que os outros. É totalmente diferente, tanto que a Bíblia fala assim: passageira é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme o Senhor, essa sim será lembrada. Eu creio totalmente nisso, nessa palavra de Deus sobre a gente saber que a beleza passa. Eu não posso ser só bonita, eu tenho que entender que tudo faz parte de um conjunto. Eu não posso isolar minha beleza e não ter nenhum conteúdo e também não adianta eu ter um monte de conteúdo e não me cuidar, não escovar meus dentes, não pentear meu cabelo, não fazer uma hidratação, enfim. Eu acho que o equilíbrio em tudo contribui para a manifestação de Deus, do Espírito Santo na nossa vida. Também existem pessoas que são viciadas em academia, mas nenhuma coisa que te faz escrava é saudável. Eu acho que a gente tem que ter domínio sobre as coisas e não ser dominada por elas. Então, eu faço exercícios, sim, faço pilates, caminho na praia. Já fui muito tempo atrás ‘rata de academia’ e não sou mais porque não sou escrava do meu corpo; meu corpo que trabalha para mim e não eu que trabalho para o meu corpo. Já tenho 41 anos, não sou nenhuma ‘novinha’ e não fico expondo o meu corpo porque eu creio que não é isso que nos faz especial, mas sim que está dentro.

Sobre viagens, casal curte passar férias no Havaí Foto: Reprodução

Você viaja bastante. Qual o lugar que ainda não foi e gostaria de ir para passear ou para compartilhar o evangelho? Qual sua cidade favorita (no Brasil ou outro país)?
Sobre os lugares no mundo, eu e o Rodolfo somos suspeitos porque a gente ama o Havaí, a gente gosta muito de ir pra lá e toda vez que a gente vai, acaba pregando. Mas a gente vai lá mesmo pra tirar férias. No Brasil, eu amo o Brasil [todo], mas eu sou suspeita a respeito do Nordeste porque eu amo o Nordeste. Eu amo as capitais do Nordeste: João Pessoa, Fortaleza, Recife, Natal. Eu gosto muito porque eu sou praieira, então pra mim o Nordeste é maravilhoso. [Na região] Eu também amo Teresina. Mas também amo Belém, a comida de Belém, amo a comida de Manaus. O Norte e Nordeste me pegam pelo povo, que é maravilhoso, e pela comida. Meu marido é nordestino e a comida do Nordeste, pra mim, não tem igual. E o evangelho no Brasil hoje está bem parelho. Um lugar no mundo que eu gostaria de conhecer é a Austrália. Eu gostaria de pregar o evangelho em lugares onde é proibido, tipo na Coreia do Norte, nesses lugares de difícil acesso; tenho esse sonho ainda de conhecer e poder levar o evangelho nesses lugares.

Pode citar mulheres que te inspiram?
Eu amo muito a Joyce Meyer, a Christine Caine e a Lisa Bevere. Para mim, elas são mulheres fantásticas, me inspiram demais como esposa, como mulher de Deus, como mulher que prega o evangelho, mas principalmente, tirando a Joyce Mayer, que eu nunca vi pessoalmente, eu conheço a Lisa e a Christine e vejo que elas são pessoas que vivem o que pregam. Literalmente são a mesma pessoa dentro e fora da igreja, em cima do púlpito embaixo do púlpito, e eu acho que isso inspira muito: você ver mulheres de Deus que são mulheres reais.

Casal sofreu perseguição após conversão de Rodolfo, que deixou banda secular Foto: Reprodução

O que pensa sobre a expansão do evangelho, com muitos famosos aceitando a Cristo, como Justin Bieber, Kanye West, entre outros? Acredita que cristãos que criticam deveriam, na verdade, orar para que ainda mais vidas se rendam ao evangelho?
Sobre pessoas que criticam o Kanye West e o Justin Bieber, é a mesma coisa… criticaram o meu marido também quando ele se converteu. Mas, o importante é que o evangelho seja anunciado a toda criatura. O Kanye e o Justin estão fazendo muito mais do que muita gente aí porque eles estão usando a posição deles e colocando a cabeça deles a prêmio. Eles recebem muita crítica por anunciar o evangelho. Eu vejo que eles são o exemplo vivo de alguém que onde foi semeada a Palavra de Deus, e mais cedo ou mais tarde ela brota. Eles estão brotando o que foi semeado lá atrás pelos pais, pelos pastores que oraram por eles, e vejo que hoje [essa semente] está dando fruto. E sempre tem o povo que vai falar, mas é aquela coisa, quem fala são aquelas pessoas que não estão fazendo nada, são pessoas que ainda queimam o filme de Jesus e do evangelho, e estão reclamando de quem faz. Então, se a nossa justiça não exceder em muito a dos fariseus, se a gente não andar a segunda milha, não der a túnica, não virar a outra face, a gente tá falando do que, falando [reclamando] de quem faz?

Criticaram o meu marido também quando ele se converteu

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