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“A politização corrompeu o Evangelho”, declara Caio Fábio

Pastor foi entrevistado pelo youtuber Bruno De Simone

Rafael Ramos - 31/03/2020 14h23 | atualizado em 31/03/2020 14h53

Caio Fábio falou sobre fé, política e Dossiê Cayman em entrevista Foto: Reprodução

O pastor Caio Fábio foi o entrevistado desta semana pelo youtuber Bruno De Simone, que já conversou com outras personalidades do meio cristão mesmo seu canal não sendo voltado exclusivamente para o meio gospel. No vídeo desta segunda-feira (30), Caio não se esquivou de perguntas polêmicas como a que foi feita logo no início se gays vão para o céu.

– Todo ser humano sincero vai para o céu. Deus não é urologista nem proctologista e a dedicação Dele não é à genital humana, mas ao coração e à decisão de ser verdadeiro, humano, honesto, solidário, misericordioso. Em qualquer lugar na Terra, onde se encontra gente assim, você encontra aqueles que o apóstolo Paulo diz que serão a grande surpresa dos que se arrogaram já no tempo presente em separar o joio do trigo. Jesus viveu em rota de colisão com a religião o tempo todo sendo acusado de ser amigo dos pecadores e endemoniado – declarou.

Com um filho homossexual, o líder cristão disse que evitar julgar as pessoas para não entrar em rota de colisão com Deus. Ele ainda criticou a falta de honestidade e sinceridade em alguns religiosos e falou que muitas lideranças o abominam pelo seu jeito de pensar.

– Salvação para religião significa uniformização. Quem aceita isso é salvo e quem mantém sua identidade vai para o inferno. A heterossexualidade não tem que banir nem exilar aquele que tem essa condição natural. Eu nunca encontrei uma criança que tenha desamado o seu pai que se assumiu gay. Crianças não nascem odiando e nem com preconceitos.

Dono de uma linha de pensamento que, em alguns momentos, choca os mais conservadores, Caio Fábio negou que esteja tudo liberado em sua igreja. Ele frisou que sua congregação – a Caminho da Graça – “é renovável a cada dia”.

– Na minha igreja não pode mentira, hipocrisia, injustiça, chamar de bem o que é mal, não pode haver idolatria de bandeiras ideológicas e nenhum tipo de culto a qualquer que seja a condição inventada por uma moda da hora ou da tendência. Na minha igreja só o que pode é ser discípulo de Jesus.

POLÍTICA X IGREJA
Caio também opinou sobre o envolvimento da igreja com a esfera política. Ele defende que não existe nada que seja apolítico, mas é contra fazer política em nome de Deus.

– Foi um processo de politização que corrompeu o Evangelho desde então. Mudam-se os regimes e os governos nesses 1700 anos e a igreja vem sempre fazendo adesão ao poder político governamental assim como fez ao Nazismo na Alemanha. Essa é uma maneira perversa, alienada, grotesca, ignorante e acrítica. Ela não deve ser feita em um lugar que deve ser para instrução do Evangelho, comunhão fraterna e livre e para a adoração pessoal de cada um. Isso é o que justifica a igreja. Eles transformaram isso tudo em uma grande cabala política com interesses dos mais perversos.

DOSSIÊ CAYMAN
Assim como na live feita com o padre Fábio de Melo, neste domingo (29), Caio voltou a falar sobre a denúncia do Dossiê Cayman, quando ele foi acusado de fornecer documentos de contas e empresas secretas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de outros políticos do PSDB em um paraíso fiscal do Caribe, nas Ilhas Cayman.

Fábio foi preso no dia 24 de maio de 2017 e, apesar de não ter recebido nenhuma defesa por parte da igreja evangélica, ele disse que foi um período de grande edificação espiritual. No ato da prisão, os próprios policiais contaram que foram edificados pela vida do pastor assim como carcereiros e até presos, que pediram que ele orasse por suas vidas.

– Eu fui preso porque não me defendi e de prisão a gente não esquece a data. No meu julgamento, ninguém da igreja falou ao meu favor. Na maioria das vezes a igreja é covarde e nunca tive essa ilusão com amigos de igreja. Na realidade, eu tive grandes surpresas com os anônimos. Esses sim nunca me deixaram e sempre estiveram comigo.

OUTRAS LIDERANÇAS
Ao final da entrevista, Bruno perguntou a opinião de Caio Fábio acerca de outros líderes evangélicos, como o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.

– Silas Malafaia é um religioso que sofre de um narcisismo medíocre e por quem eu oro pedindo a Deus que um dia ele se enxergue. Para o mundo, ele é um anti-Evangelho vivo. Edir Macedo é um homem que sabe o que faz e faz mesmo sabendo que não deveria ser assim. É um cara que foi capaz de me dizer que tudo o que eu faço está certo, mas não dá certo.

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