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“A igreja não tem que se reinventar, mas fazer o que a Bíblia exige”, diz autor de Desigrejados

Reverendo fala sobre motivos que levam cristãos a deixarem congregações

Camille Dornelles - 31/01/2020 12h47 | atualizado em 31/01/2020 14h13

Reverendo Idauro Campos Júnior, autor do livro Desigrejados Foto: Divulgação

Formado em Teologia e com mestrados em Ciência da Religião e em História Social, o reverendo Idauro Campos Jr. decidiu se dedicar ao estudo do fenômeno dos desigrejados. Ele mostra, em seu livro Desigrejados – Teoria, História e Contradições do Niilismo Eclesiástico, o que as Escrituras têm a dizer sobre esse tema.

Campos lidera a Igreja Congregacional de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em suas redes sociais, apontou que milhões de evangélicos no Brasil estão fora das congregações. Em entrevista ao Pleno.News, revelou que 63% disseram que voltariam para a igreja se encontrassem uma comunidade saudável.

Confira outros destaques da entrevista abaixo e a íntegra no vídeo.

Pleno.News Entrevista
Idauro Campos Jr
por Pleno.News - 31/01/2020

O senhor via esse movimento acontecer próximo a você?
Via. Eu fui pastor numa igreja dentro de uma comunidade, na Igreja Congregacional em Andorinhas, lá em Magé (Rio de Janeiro), e lembro que conversei com alguns irmãos que estavam nesse processo. Eram membros de outras igrejas e passavam por esse período de desencanto institucional. Então, além do interesse acadêmico, eu tive também essa experiência pessoal.

"A igreja não tem que se reinventar", diz autor de Desigrejados

Formado em Teologia e com mestrados em Ciência da Religião e em História Social, o reverendo Idauro Campos decidiu se dedicar ao estudo do fenômeno dos desigrejados. Idauro aponta que milhões de evangélicos no Brasil estão fora das congregações. Em entrevista ao Pleno.News, ele revelou que 63% disseram que voltariam para a igreja se encontrassem uma comunidade saudável. Confira!

Posted by Pleno.News on Friday, January 31, 2020

Sua família é cristã? O senhor veio de um lar cristão?
Eu me converti com 19 anos. Minha mãe era católica, assim como meus irmãos e meu pai, católica nominal. E minha conversão veio aos 19 anos dentro de uma Igreja Congregacional em São Gonçalo (Rio de Janeiro). Aí veio conversão, batismo, conheci minha namorada, que seria minha esposa, a Sandra, e temos uma filha que tem hoje 12 anos. Por isso a minha família agora, meu núcleo familiar, é cristão e minha filha também está sendo criada neste caminho.

Reverendo Idauro Campos com a filha e a esposa Sandra Foto: Arquivo pessoal

E como você e sua esposa trabalham para ela não sentir vontade de sair da igreja?
Ela é nascida e criada na igreja. As experiências até aqui têm sido muito positivas. Foram duas congregações na vida dela e foram igrejas que nos acolheram muito bem. Ela tem uma rede de relacionamento lá dentro, meninas e meninos da idade dela que se tornaram amigos muito próximos. Alguns, inclusive, fazem festa de pijama na minha casa, e é uma coisa que eu curto muito e minha esposa tem um ministério com crianças. Minha filha tem um prazer muito grande nisso. Não percebo nela nenhum peso em ser filha de pastor nem percebo nos irmãos essa cobrança. O domingo dedicado à igreja é super natural. Até aqui a igreja tem sido uma experiência muito benéfica, muito bonita na vida da minha filha.

Reverendo Idauro Campos no Pleno.News Entrevista Foto: Pleno.News

Reverendo, nós vemos muitos famosos do meio gospel que atraem o público de fora com um discurso de que “a igreja é muito legal, mas não para mim”. O que o senhor acha disso?
Olha, grande parte dos que assumem esse discurso… Se você sentar com eles vai perceber que têm uma dificuldade muito grande em se submeter à liderança e a normas institucionais. Quando uma pessoa tem uma experiência de conversão, antes de ser batizada, ela passa pela escola de batismo. Porque ela já tinha a experiência da conversão, mas faltava se assegurar dessa certeza da Salvação e aprender sobre a comunidade da fé, porque a igreja tem suas normas e seus compromissos. (…) Aí a turma quer a igreja, a pregação, mas não quer esse compromisso, que é necessário. Querem ouvir uma boa palavra, se emocionar no louvor, mas para aí. E esse é um fenômeno da pós-modernidade, de crise das instituições.

E vendo esse movimento de desigrejados, qual é o papel da igreja? Ela deve se reinventar para acolher de novo essas pessoas ou se manter igual para não espantar quem ficou?
Essa é uma ótima pergunta. Eu creio que o correto é a igreja focar naquilo que é essencial à natureza da igreja. A igreja cristã é comprometida com a oração; com a pregação da Palavra de forma expositiva por um pastor formado em Teologia, tendo inclusive apoios éticos que possam ajudar esse pastor a se manter num trilho correto do seu pastorado; é comprometida com comissões, com evangelismo e com a adoração a Deus. Ao fazer isso, a igreja vai estar cumprindo sua agenda bíblica e não precisa de nenhum método para assegurar os crentes dentro dela. Quando ela é a igreja verdadeira, o verdadeiro crente permanece. Não é se reinventar, mas fazer o que a Bíblia exige.

Confira a íntegra no vídeo e no podcast acima.

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