Vôlei: Tifanny defende cota para jogadoras trans
Atleta rejeitou sugestão de criação de liga especial para atletas transexuais
Gabriela Doria - 20/02/2018 16h17 | atualizado em 21/02/2018 12h56
A jogadora de vôlei Tifanny Abreu, primeira transexual a atuar na Superliga feminina, rejeitou a ideia da criação de uma categoria especial para atletas transexuais. Alvo de polêmicas por causa do seu desempenho a cada partida, Tifanny defendeu a criação de cotas para inclusão de atletas nessa condição.
Segundo a ponteiro do Vôlei Bauru, a liga deveria adotar um sistema de pontuação diferenciado para atletas trans, como já existe no caso de atletas estrangeiros e olímpicos.
– Nós temos cotas para jogadoras estrangeiras e por que não uma cota para jogadoras trans? Nós temos pontuação para uma jogadora olímpica e por que não uma pontuação para jogadoras trans? Se ela for boa o suficiente, vai ter a sua pontuação. Se ela não for boa, vai ter a sua cota – defendeu a jogadora.
Ela também criticou a sugestão de alguns técnicos e dirigentes do esporte, que defenderam a criação de uma liga para transexuais.
– Não tem trans suficiente para jogar, não tem lésbica suficiente para jogar, não tem gay suficiente para jogar uma liga forte. Nós vivemos em uma comunidade com todos juntos, é a única forma de vivermos todos em paz – afirmou Tifanny.
Apesar das críticas em torno da participação na liga feminina, o bom desempenho de Tifanny chamou a atenção do técnico da seleção brasileira, Zé Roberto. Segundo ele, a atleta, que é recordista de pontos na competição, “é uma jogadora interessante”.
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