Premiê do Japão lamenta ‘pressão’ de fazer Olimpíada
O evento enfrenta uma forte oposição do público e de médicos
Pleno.News - 09/06/2021 12h39 | atualizado em 09/06/2021 13h21

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, afirmou nesta quarta-feira (9) que lamenta ter que suportar toda a pressão de realizar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, durante uma crise sanitária global. E há relatos de que seu governo é a favor de permitir que a população local possa ir aos locais de competição.
O evento esportivo enfrenta uma oposição forte do público, de especialistas médicos e de alguns ex-atletas em meio a uma quarta onda de infecções de Covid-19.
Os comentários de Suga pareceram ilustrar as tensões que emergem enquanto o governo reforça ao mundo as suas garantias de que os jogos, que começam no próximo dia 23 de julho, serão seguros.
O primeiro-ministro falou em reação a um parlamentar opositor que disse, durante uma sessão do legislativo, que Suga está sendo atacado por realizar os jogos durante a pandemia de Covid-19 quando a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, deveria estar se pronunciando.
– Estou muito contente por você ter dito o que quero dizer. Embora eu [tenha tentado fazer] tais comentários, os debates do Parlamento concluem que todas as responsabilidades deveriam ser assumidas pelo primeiro-ministro. Não estou tentando fugir [das responsabilidades], mas sinto que é lamentável que esta seja a direção do debate no Parlamento – disse Suga.
Autoridades do governo e organizadores da Olimpíada e Paralimpíada são favoráveis à realização dos jogos com espectadores locais, já que vacinas contra a Covid-19 estão sendo aplicadas e que o número de casos da doença diminuiu. Torcedores estrangeiros já foram proibidos de assistir ao evento, e a ideia é que, até o final deste mês, saia a decisão sobre a liberação do público japonês para assistir aos jogos.
O Japão não testemunha as infecções generalizadas vistas em outras partes do mundo, mas acumula mais de 760 mil casos de Covid-19 e mais de 13.600 mortes pela doença. Tóquio e outras regiões do país estão sujeitos a um estado de emergência, que deve ser suspenso no próximo dia 20. A taxa de vacinação do país aumentou para cerca de 11% da população inoculada com ao menos uma dose de imunizante, um ritmo ainda lento na comparação a outras nações avançadas.
*Estadão
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