Na ESPN, Paulo Antunes defende liberdade de não se vacinar
Comentarista falava sobre astro da NBA afastado clube porque não se vacinou
Gabriela Doria - 16/10/2021 16h42 | atualizado em 16/10/2021 18h23

O comentarista da ESPN Paulo Antunes surpreendeu os telespectadores ao fazer um discurso em defesa da liberdade de escolha sobre tomar ou não a vacina.
O comentário surgiu ao vivo durante o programa ESPN League desta sexta-feira (15), quando a atração passou a avaliar o caso do jogador de basquete norte-americano Kyrie Irving – que foi afastado do Brooklyn Nets por se recusar a tomar a vacina, decisão que ele manteve mesmo após a punição.
Tanto a Liga de Basquete dos EUA quanto a cidade Nova Iorque, onde atuam aos Nets, exigem a vacinação. No caso da cidade, a Prefeitura de NY só permite a entrada de pessoas em locais fechados, como estádios e ginásios, se a pessoa estiver vacinada.
Por causa da restrição, Antunes defendeu o posicionamento do atleta.
– Eu respeito, se ele não quiser tomar a vacina, ele não toma. As pessoas precisam colocar no corpo delas o que elas acham que é certo, se é uma vacina que vai funcionar ou não. Depende… A vacina faz mal? A gente não sabe. Porque geralmente demora muitos e muitos anos de teste para aprovar uma vacina. E foi um negócio muito rápido aqui. Então eu consigo entender esse pensamento – defendeu.
Ele também criticou a Liga de Basquete dos EUA, a NBA, por obrigar os atletas a se imunizarem.
– Agora, a NBA está obrigando os seus jogadores a tomarem a vacina. Aí é um problema, porque ele não pode jogar na NBA. Ele não quer tomar vacina? Ok, ele não vai poder jogar na NBA. Por exemplo, não pode jogar em Nova York sem ter a vacina? Como que o Brooklyn vai ter esse jogador no elenco? Não tem condição – reclamou.
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— Omaha 32 (@Omaha_32) October 15, 2021
Antunes ainda destacou que Irving é um dos principais jogadores, e que a norma imposta pelo NBA e por NY irá afetar a estratégia do clube em quadra.
– Aí ele vai ser trocado. Quem que vai pegar um jogador desses? Que vai ter que ficar fora de N jogos porque não tomou a vacina, e aquela cidade não permite. É um risco muito grande. Como você vai montar a sua equipe em volta, porque ele é uma superestrela, é o tipo de jogador que você monta a sua equipe em volta dele. Como você vai fazer isso com o Kyrie Irving? Essa é a grande questão aqui – sustentou.
O comentário não foi bem visto nas redes sociais. Tanto que, após uma onda de críticas, o Grupo Disney, da qual a ESPN faz parte, se pronunciou.
– A Disney reforça seu posicionamento a favor de todos os protocolos de biossegurança contra a COVID-19, dentre eles a vacinação. Nossas equipes permaneceram mais de um ano trabalhando de forma remota e conseguimos entregar um conteúdo de alta qualidade para os fãs do esporte nesse período. O retorno aos estúdios em setembro de 2021 tem sido realizado de forma escalonada e ainda com restrições de distanciamento e com o uso permanente de máscaras. Isso só foi possível devido a vacina ter sido aplicada em grande escala na população, incluindo em nossos colaboradores – disse o comunicado.
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