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Robinho para amigo: ‘Volta pro Brasil que tu não fica em cana’

Em conversa telefônica interceptada, jogador brasileiro relata noite do estupro coletivo

Thamirys Andrade - 11/12/2020 12h31 | atualizado em 11/12/2020 13h05

Robinho foi condenado em segunda instância pela Justiça italiana Fotos: Santos FC/Ivan Storti

Uma conversa telefônica inédita de Robinho falando sobre o estupro coletivo, que o levou a ser condenado em segunda instância na Itália, foi divulgada para a imprensa nesta sexta-feira (11). Interceptado com autorização judicial, o diálogo ocorrido em 2014 mostra o jogador aconselhando o hoje também condenado Ricardo Falco a pegar um voo direto para o Brasil a fim de evitar uma possível prisão em território italiano. Na conversa obtida pelo portal Uol, Robinho usa de palavras chulas e termos depreciativos para se referir ao que aconteceu na noite do crime, em 2013. O diálogo traz descrições fortes e explícitas, e é recomendado cuidado aos leitores mais sensíveis sobre o tema.

– Cara, você quer um conselho? Não vai nem lá, volta pro Brasil, pelo menos tu não fica em cana (risos) – disse o atacante brasileiro ao amigo, que na época estava sendo convocado a depor à polícia. Atualmente, os dois estão no Brasil e nunca chegaram a ser presos.

Entre risos e termos chulos, Robinho relata que oito caras “rangaram a mina”, e que viu os amigos “desesperados” terem relações sexuais com a vítima, que naquela noite completava 23 anos. Os nomes dos outros integrantes do grupo foram suprimidos, pois eles não estão respondendo a processos pela Justiça italiana porque durante o inquérito já estavam em solo brasileiro.

– Eu lembro que foi, quem tava desesperado era [amigo 3] e [amigo 2] em cima da mina. [amigo 3] e [amigo 2] tava num desespero da p**** – lembrou Robinho.

– Neguinho vai, quando eu cheguei lá os cara tava trabalhando já, eu só entrei no trabalho.

– Então, eu também, porque eu nem consegui tirar o doze, mano, fazer o que, agora os caras (risos).

Robinho utiliza o termo “doze” para se referir ao órgão sexual masculino, e revela não realizou a penetração por impotência.

– Eu não ranguei, eu tenho certeza que eu não tenho nada, agora quem rangou, que foi você que eu vi, eu sei… – prosseguiu ele.

– Eu tava de caneleira, eu tava com caneleira, né – disse o amigo, em referência ao uso do preservativo.

Ambos externaram suas preocupações sobre a possibilidade de a vítima ter engravidado de algum dos colegas. Robinho foi o que se mostrou mais tranquilo por, nas palavras dele, não ter “rangado a mina”, em referência apenas ao sexo oral e não a penetração.

– Neguinho, por exemplo, se a mina não teve, não pega nada, mas se ela teve filho aí é DNA, né? (…) Se ela não teve filho é a palavra dela contra a da gente, não tem como ela acusar, agora se ela teve filho é puxado hein – disse Ricardo Falco.

– Então, mas eu não sei se a menina teve ou se não teve (…) o cara que o Jairo [músico que tocava na boate no dia do crime] contratou falou assim: “ó, a única coisa boa é que os caras tá lá no Brasil e na discoteca não tinha câmera, porque se pegasse a câmera os caras iam pegar eles até no Brasil, como não tinha câmera vai ficar meio embaçado pra mina provar que estupraram ela se ela não estiver grávida” – parafraseou Robinho.

Durante a conversa telefônica, o jogador brasileiro expressou ainda seu receio de o assunto cair nas mãos da imprensa, e disse que caso acontecesse, ele e seus amigos cairiam “por tabela”.

– Eu tô com medo se os caras me chamarem para depor, eu não sei, tomara a Deus que, o meu medo é esse, o meu medo é sair na imprensa, “Amigos de Robinho estupraram menina lá na Europa”, meu medo é esse.

A transcrição da conversa de Robinho foi anexada ao processo pela defesa do jogador, não pela acusação. Os advogados do atleta afirmam que houve erros de tradução do português para o italiano, e apresentaram o relatório nos dois idiomas a fim de provar que não houve relação com penetração no caso de Robinho. Ainda assim, a Justiça italiana não considerou os argumentos relevantes para reverter a condenação.

ENTENDA O CASO
Robinho e Ricardo Falco foram condenados em segunda instância nesta quinta-feira (10) por crime de estupro coletivo ocorrido em 2013, quando o atleta jogava pelo Milão. Na época, ele e um grupo de amigos mantiveram relações sexuais com uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café. A conversa retratada acima aconteceu um ano depois, quando Robinho ligou para o amigo do Brasil, ao longo do curso das investigações.

A defesa de Robinho afirmou que recorrerá em terceira instância. Entretanto, mesmo que seja condenado, a legislação brasileira não permite a extradição de cidadãos para o cumprimento de pena em outros países. Se a sentença for mantida após o trânsito em julgado, Robinho pode solicitar o cumprimento da pena no Brasil.

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