Quem joga, quais os destaques e onde ver a Copa América
46ª edição da competição esportiva começa nesta sexta-feira
Ana Luiza Menezes - 14/06/2019 17h06 | atualizado em 14/06/2019 23h57
Começa nesta sexta-feira (14) a 46ª edição da Copa América, disputada no Brasil, mas com o argentino Lionel Messi como o candidato a maior protagonista. Ele assume o papel de atração principal, uma vez que Neymar foi cortado da seleção brasileira devido a uma lesão no tornozelo direito.
O jogador do Barcelona (ESP), no entanto, terá de lidar com o peso de nunca ter conquistado um título pela equipe principal de seu país. A Copa América deverá ser a sua última chance. O Uruguai, de Suárez e Cavani, a Colômbia, de Falcão e, claro, o Brasil deverão ser os maiores obstáculos para Messi.
Sem Neymar, Tite terá de apostar na força coletiva de seu grupo, que conta com dois jogadores que terminaram a última temporada europeia em alta: Alisson e Firmino. A dupla conquistou pelo Liverpool (ING) a Champions League, superando o Tottenham (ING) na decisão.
O Brasil estreia nesta sexta contra a Bolívia, às 21h30, no estádio do Morumbi. A Argentina entra em campo neste sábado, na Arena Fonte Nova, onde encara a Colômbia.
Esta edição será disputada por 12 seleções. Além das equipes sul-americanas, Japão e Catar vão brigar pelo título como convidados.
VAI TER TV?
Sim. O Grupo Globo possui os direitos de transmissão da competição e vai exibir as partidas na TV Globo e no SporTV. Todos os jogos do Brasil serão exibidos tanto na TV aberta como no canal fechado.
QUAIS SÃO AS CIDADES-SEDE E OS ESTÁDIOS?
Cinco cidades vão sediar a Copa América: São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Além disso, seis estádios receberão os jogos: Arena Corinthians, Morumbi, Mineirão, Arena Fonte Nova, Maracanã e Arena do Grêmio.
AINDA HÁ INGRESSOS DISPONÍVEIS
Segundo informações que constam no site da competição, os três jogos do Brasil na fase de grupos estão esgotados. Também não há bilhetes para a final, no dia 7 de julho, no Maracanã. Demais partidas ainda possuem bilhetes disponíveis pelo site www.copaamerica.com.
Para retirar os ingressos comprados pela internet, o torcedor precisa levar a um dos centros de ingressos o voucher recebido no ato da compra, um documento de identificação com foto e o cartão de crédito usado no pagamento. Em caso de meia-entrada, também é preciso apresentar documento que comprove o direito. Somente o titular da compra pode retirar os bilhetes.
GRUPO A
BOLÍVIA
Como o time chega: a equipe venceu apenas um de seus últimos 16 jogos. Em seu único amistoso de preparação para a Copa América, perdeu por 2 a 0 para a campeã mundial França. Em jogo-treino com a Portuguesa, houve empate por 1 a 1. A aposta é em um 4-4-2 defensivo, com aposta nos contra-ataques.
Técnico: Eduardo Villegas, 55, assumiu a seleção no início do ano. Multicampeão boliviano à frente de várias equipes, ele foi uma escolha popular entre os torcedores e espera surpreender no Brasil.
Destaque do time: o meia Alejandro Chumacero, 28, é o mais habilidoso jogador da Bolívia. O atleta, que teve rápida passagem pelo Brasil, vestindo a camisa do Sport em 2013, hoje atua no Puebla, do México. O baixinho de 1,63 m chegou a ser chamado de Chumasteiger por aqueles que veem nele semelhança com o alemão Schweinsteiger.
BRASIL
Como o time chega: a seleção teve uma preparação turbulenta, com o craque Neymar envolvido em uma acusação de estupro. O atacante acabou se machucando, e agora o time verde-amarelo, armado em um 4-3-3, tenta mostrar que não depende do talento do camisa 10 para conquistar a Copa América dentro de casa.
Capitão: Daniel Alves, 36, assumiu a faixa que era de Neymar antes mesmo da contusão do atacante. O experiente lateral direito do Paris Saint-Germain (PSG) conta com a confiança do técnico Tite.
Técnico: Tite, 58, foi mantido na seleção após a eliminação nas quartas de final da última Copa do Mundo, mas agora chega à disputa sul-americana pressionado a obter um bom resultado -leia-se: o título.
Destaque do time: O posto de destaque da equipe está aberto com a lesão de Neymar. Philippe Coutinho, 27, mesmo após um ano decepcionante no Barcelona, coloca-se como um dos candidatos. Caberá a ele imprimir o ritmo forte que pede o técnico Tite, com ataques verticais e busca constante pelo gol.
VENEZUELA
Como o time chega: lanterna das últimas eliminatórias sul-americanas, a equipe se vê em ascensão. Houve resultados variados na preparação (empate com o Equador, derrota para o México e vitória sobre os Estados Unidos) e sistemas também variados: o 4-3-3 vira 4-5-1 contra adversários mais fortes.
Capitão: a Venezuela é capitaneado pelo volante Tomás Rincón, 31, que vem de ótima temporada pelo Torino (ITA). Ele foi escolhido pelos torcedores como jogador mais valioso da equipe no ano.
Técnico: à frente da equipe nacional desde 2016, o ex-goleiro Rafael Dudamel, 46, fez a Venezuela chegar à Copa América bem, com quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota nas últimas oito partidas.
Destaque do time: o atacante Salomón Rondón, é a esperança de gols da seleção venezuelana. Ele marcou dois na vitória por 3 a 0 sobre os Estados Unidos, na semana passada, e vem de uma temporada na qual balançou a rede 12 vezes com a camisa do Newcastle, no forte futebol inglês.
PERU
Como o time chega: depois de ficar no quase na tentativa de avançar às oitavas de final da Copa do Mundo, o Peru espera ir mais longe na Copa América. A equipe, que venceu a Costa Rica e perdeu para a Colômbia na preparação, aposta em um 4-5-1 no qual é fundamental o papel do centroavante Paolo Guerrero.
Capitão: a braçadeira é de Paolo Guerrero, 35, bem conhecido do público brasileiro. Hoje no Internacional, o atacante é o maior artilheiro da história da seleção peruana, com 36 gols.
Técnico: o treinador é outro personagem com o qual estão familiarizados os brasileiros. O argentino Ricardo Gareca, 61, que dirigiu o Palmeiras em 2014, está à frente do time peruano desde 2015
Destaque do time: o principal responsável por acionar Guerrero é Christian Cueva, 27, hoje jogador do Santos. O meia, presente no futebol do Brasil desde 2016, espera acumular mais boas atuações em campos nos quais já está acostumado a jogar para levar a seleção ao menos à fase do mata-mata.
GRUPO B
ARGENTINA
Como chega: a seleção chega à Copa América com poucos testes neste ano. Dos três jogos em 2019, Messi participou de dois e a equipe patinou contra a Venezuela, quando foi derrotada por 3 a 1.
O técnico Lionel Scaloni deverá utilizar o sistema 4-3-3, dando liberdade para Messi se movimentar em campo. Lo Celso deverá se aproximar do camisa 10 e buscar as tabelas.
Capitão: Lionel Messi é capitão desde 2011, quando Alejandro Sabella tentou fazê-lo assumir papel de liderança. Mas ele é referência com a bola nos pés, não com palavras.
Técnico: escolhido após a Copa do Mundo na Rússia, Lionel Scaloni assumiu a Argentina sem experiência prévia como treinador. Aos 41 anos, ele será o técnico mais jovem da Copa América.
Destaque do time: o maior nome é Messi, mas Sergio Aguero é outro jogador que quando atua pela seleção tem desempenho inferior ao que mostra pelo seu clube (Manchester City, da Inglaterra).
Isso fica escondido porque os holofotes estão sempre no camisa 10. Mas o artilheiro do futebol inglês também busca o 1º título relevante pelo seu país.
COLÔMBIA
Como chega: a equipe desembarcou no Brasil após conseguir vitória por 3 a 0 sobre o Peru, possível rival no mata-mata da Copa América. Com pouco tempo de trabalho, o técnico Carlos Queiroz é uma incógnita porque nunca dirigiu uma seleção sul-americana. Assim como a Argentina, ele também deverá entrar em campo no 4-3-3.
Capitão: Radamel Falcao, 33, ainda é a principal referência. Com experiência de quem jogou em Argentina, Portugal, Espanha, Alemanha e França, ele é o foco ofensivo do time.
Técnico: a Colômbia é a 5ª seleção da carreira do português Carlos Queiroz. Após dirigir seu país natal (2 vezes), Emirados Árabes, África do Sul e Irã, foi contratado pela federação colombiana em fevereiro deste ano.
Destaque do time: as grandes atuações na Copa do Mundo de 2014 fizeram com que James Rodríguez fosse contratado pelo Real Madrid, da Espanha. Hoje no Bayern de Munique, da Alemanha, o armador é a principal peça criativa da sua seleção, embora jamais tenha repetido o futebol que mostrou no Mundial no Brasil, há cinco anos.
PARAGUAI
Como chega: com a saída de Juan Carlos Osorio, a federação paraguaia apostou no bielsista Eduardo Berizzo, que terá como missão mudar os resultados recentes da equipe. Em quatro jogos no ano, a seleção ganhou apenas da frágil Guatemala. Berizzo deverá usar um sistema que varia entre o 4-3-3 e o 3-4-3 durante o torneio continental.
Capitão: zagueiro do Palmeiras, Gustavo Gómez virou capitão em 2018. Ele é titular absoluto da zaga e mesmo nomes mais experientes como o atacante Cardozo consideraram uma escolha natural.
Técnico: o argentino Eduardo Berizzo foi contratado em março após a saída de Juan Carlos Osorio e é identificado com a escola de Marcelo Bielsa, de quem foi auxiliar na seleção chilena.
Destaque do time: se o veterano Óscar Cardozo, 36, continua liderando o ataque, algo que faz desde a Copa América de 2007, a principal opção de criatividade é o meia Miguel Almirón. Veloz pelas laterais, mas também com capacidade de atuar pelo meio, ele foi contratado durante a última temporada europeia pelo Newcastle (ING).
CATAR
Como chega: seleção mais desconhecida do torneio, o Qatar chega à Copa América com o moral de quem foi pela primeira vez campeão da Copa da Ásia. Em janeiro, derrotou o Japão na decisão.
Desde então, o time jogou apenas uma vez e perdeu amistoso para o Brasil. O esquema mais utilizado no torneio asiático foi o 4-2-3-1, com dois meias de criação e um volante marcador
Capitão: peça-chave do time que derrotou o Japão na final da Copa da Ásia, o atacante Hassan Al-Haydos é artilheiro do Al Sadd, atual campeão da liga do Qatar.
Técnico: nascido na Espanha, Félix Sánchez foi técnico das seleções do Qatar sub-19, sub-21 e sub-23 antes de ser promovido ao time principal no ano passado.
Destaque do time: maior revelação do futebol qatari e observado pelo Villarreal-ESP, Akram Afif, 22, atua pelo Al Sadd e gosta de atuar pelo lado esquerdo do ataque. É o principal assistente do time e costuma fazer jogadas de linha de fundo. Uma de suas armas é também cortar para dentro e arrematar de fora da área.
GRUPO C
CHILE
Como time chega: bicampeão da Copa América em 2015 e 2016, o Chile, que não esteve na Copa do Mundo do ano passado, mantém a base da equipe que conquistou os dois títulos recentemente.
Uma das principais ausências é o goleiro Claudio Bravo, presente em ambas as conquistas, que não foi convocado pelo técnico Reinaldo Rueda.
Capitão: sem o goleiro Bravo, foi o volante Gary Medel, 31, que na seleção atua geralmente como zagueiro (apesar de medir 1,71 m), o responsável por assumir a braçadeira de capitão.
Técnico: o colombiano Reinaldo Rueda, 62, comanda a seleção do Chile desde o início de 2018, após passagem curta pelo Flamengo. Seu principal título como técnico foi a conquista da Copa
Libertadores de 2016, com o Atlético Nacional (COL). Além do Chile, já treinou as seleções da Colômbia, de Honduras e do Equador.
Destaque: autor do histórico gol de pênalti que deu ao Chile seu primeiro título, em 2015, na disputa por penalidades contra a Argentina, o atacante Alexis Sánchez, 30, ainda se mantém como principal figura da equipe, mesmo tendo jogado muito pouco no último ano e meio, desde que trocou o Arsenal (ING) pelo Manchester United (ING).
EQUADOR
Como chega: com três participações em Copas do Mundo neste século, o Equador fez uma de suas piores campanhas recentes nas eliminatórias para o último Mundial, terminando na oitava posição. Com uma equipe renovada, os equatorianos tentam uma vaga para a próxima fase no grupo mais difícil desta edição da Copa América.
Capitão: presente em duas Copas do Mundo, o veterano lateral-direito e capitão Antonio Valencia, 33, vai para sua quarta Copa América defendendo a seleção equatoriana.
Técnico: Hernán Gómez, colombiano, 63, está em sua segunda passagem pela seleção equatoriana. Ele levou pela primeira vez a seleção do Panamá a uma Copa do Mundo com a classificação ao Mundial da Rússia.
Destaque: o atacante Enner Valencia, 29, chega à Copa América após boa temporada pelo Tigres (MEX). Com passagem pelo futebol inglês (West Ham e Everton), Valencia marcou sete gols em oito jogos na campanha da equipe até a final da Champions da Concacaf, na qual o Tigres ficou com o vice diante dos também mexicanos do Monterrey.
JAPÃO
Como chega: uma das seleções convidadas, o Japão chega para sua segunda Copa América depois de uma única participação em 1999, na qual caiu na primeira fase. A equipe terá 17 jogadores da seleção olímpica e apenas seis atletas acima dos 23 anos. A ideia é utilizar o torneio como teste para a Olimpíada do ano que vem, em Tóquio.
Capitão: com jogadores que nunca atuaram pela seleção e outros que retornam pela primeira vez desde a Copa do Mundo, ainda não há definição sobre o capitão da seleção.
Técnico: ex-jogador da seleção na década de 1990, Hajime Moriyasu, 50, comanda o Japão desde 2018, após a eliminação da equipe nas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia.
Destaque: apelidado de “Messi japonês”, o meia-atacante Takefusa Kubo completou 18 anos no último dia 4 de junho e é um dos destaques da jovem equipe que vem ao Brasil para a Copa América. Kubo tem passagem pelas categorias de base do Barcelona e hoje atua pelo FC Tokyo, tendo jogado também no Yokohama Marinos.
URUGUAI
Como chega: seleção uruguaia chega à Copa América com a mesma base que parou nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018, eliminada pela campeã França. Uma base com referências históricas do ciclo de Óscar Tabárez, como Muslera, Godín, Suárez e Cavani, mas com renovação no elenco e também na forma de jogar, especialmente no meio de campo, com nomes mais criativos.
Capitão: Diego Godín. Aos 33 anos, o zagueiro, capitão do Uruguai, é um dos remanescentes do início do trabalho de Tabárez na seleção, em 2006. No início de carreira, jogador queria ser camisa 10.
Técnico: Óscar Tabárez. Responsável por reerguer o Uruguai para o futebol, Óscar Tabárez, conhecido como “Maestro”, está em sua segunda passagem pela seleção. Técnico foi campeão da Copa América em 2011.
Destaque: Luis Suárez. Autor de 25 gols e 13 assistências pelo Barcelona na última temporada europeia, o atacante, 32, foi vice-artilheiro da liga espanhola, atrás apenas de Lionel Messi, e segue como principal destaque da equipe uruguaia. Jogador é o maior artilheiro da seleção na história, com 56 gols.
*Folhapress
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