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Projeto de lei no Rio quer mudar nome do Maracanã para Rei Pelé

Possível alteração está causando polêmica nas redes sociais

Pleno.News - 04/02/2021 17h04 | atualizado em 04/02/2021 18h11

Estádio Jornalista Mario Filho, mais conhecido como Maracanã Foto: Reprodução

Um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quer alterar o nome do Maracanã. Pela proposta, o “Estádio Jornalista Mario Filho” passaria a se chamar “Estádio Edson Arantes do Nascimento – Rei Pelé”. A possível mudança está causando polêmica nas redes sociais, é rechaçada pela maioria esmagadora e gerou indignação na família de Mario Filho, apontado como um dos grandes responsáveis pela construção do antigo estádio “maior do mundo”.

O projeto foi protocolado na quarta-feira (3) pelo presidente da Alerj, André Ceciliano (PT). A intenção é batizar o complexo esportivo com o nome de Mario Filho e alterar o nome do estádio para homenagear Pelé.

Ao Estadão, Mario Rodrigues Neto, neto de Mario Filho, mostrou-se indignado com a proposta.

– Eu acho isso ridículo; uma falta do que fazer. É o fim da picada. As pessoas que entendem do assunto me ligam, se solidarizam comigo. E eu até sou contra responder o que eu penso disso, porque não quero perder a linha.

Mario Neto lembrou a importância do avô para a história do Maracanã e para o próprio futebol brasileiro.

– Esse metido a gênio [Ceciliano] deveria entender o seguinte: se não houvesse meu avô, talvez o Pelé jamais tivesse vindo jogar no Rio, porque, em vez de um estádio para mais de 150 mil pessoas, iam construir um para 60 mil. O Morumbi naquela época recebia 80 mil pessoas, o Pacaembu mais de 60 mil. Por que o Santos viria ao Rio de Janeiro, para jogar num estádio menor? – indagou.

Ele contou que, no período que antecedeu a construção do Maracanã, havia uma série de projetos de estádio, mas nenhum com capacidade superior a 70 mil pessoas. O então vereador Carlos Lacerda defendia a construção de um ainda menor, para até 60 mil.

– Ele dizia que não fazia sentido ter um estádio para 100 mil pessoas, que o Brasil ainda engatinhava no futebol. Meu avô então discutiu com o Lacerda por três meses, mas em alto nível sobre a importância de se construir um estádio ainda maior, para até 200 mil, porque ia ter Copa do Mundo – recordou Mario Neto.

Na avaliação dele, a proposta de alterar o nome do estádio agora só surgiu porque André Ceciliano não conhece a história de Mario Filho.

– Ele não conhece. Ele deveria ler O Negro no Futebol Brasileiro ou tantas outras coisas que meu avô escreveu. Meu avô foi o primeiro jornalista a colocar esporte na capa de um jornal brasileiro, usou meia capa do jornal pra escrever sobre um Flamengo x Vasco. O pai dele, que era dono do jornal, ficou um mês sem falar com ele por causa disso – citou.

JUSTIFICATIVA
Em uma live realizada nesta quinta-feira (4), Ceciliano reconheceu que seu projeto de lei causa “buchicho e polêmica”, mas reiterou sua intenção de levar a proposta para votação em plenário.

– Eu acho que tem um apelo. Pelé é o atleta do século. Pelé é uma referência no mundo todo para o Brasil. Se alguém fala no Brasil, é Pelé. Eu não vi o Pelé jogar. Eu sou fã do Zico; pra mim é o maior que eu vi jogar. Primeiro o Zico, depois Leandro – declarou o parlamentar durante transmissão a partir de seu gabinete, com duas camisas do Flamengo e uma da seleção ao fundo.

A citação a dois ex-jogadores do Flamengo foi uma forma de o presidente da Alerj mostrar que sua proposta não tem eventual apelo clubístico. Ele prosseguiu sua justificativa, citando outros dois palcos esportivos, mas derrapou na geografia.

– Por exemplo, o nosso autódromo até pouco tempo era chamado de Nelson Piquet. Ele não é do Rio de Janeiro, é de Brasília, mas era uma homenagem a um grande desportista do Brasil, que foi campeão do mundo de Fórmula 1. Nós temos também um estádio, salvo engano em Sergipe, que chama Rei Pelé. Então, nada mais é do que fazer uma homenagem – citou.

Apesar de ter passado boa parte da vida em Brasília, Nelson Piquet nasceu no Rio. E o Estádio Rei Pelé fica em Alagoas.

*Estadão

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