Mulher que acusou Neymar pode ter condução coercitiva
A responsável pela denúncia não atende às notificações da Delegacia de Defesa da Mulher
Jade Nunes - 05/06/2019 13h59 | atualizado em 05/06/2019 14h20
A Polícia Civil de São Paulo estuda aplicar medida de condução coercitiva caso a mulher que acusou Neymar de estupro, em boletim registrado no último dia 31, continue sem atender às notificações para comparecer à Delegacia de Defesa da Mulher, localizada no bairro Santo Amaro, na capital paulista.
A delegada Juliana Lopes Bussacos, que instaurou inquérito para investigar a acusação, confirmou que a mulher recebeu duas notificações. A advogada Yasmim Pastor Abdalla, que se apresentou à imprensa como defensora da suposta vítima, também foi intimada.
Segundo a delegada Bussacos, um advogado assinou a notificação endereçada a Yasmim. Bussacos disse que aguarda o comparecimento delas até esta quinta-feira (6). Caso isso não aconteça, estuda aplicar a condução coercitiva.
Os policiais querem que a mulher explique a versão dado por seu ex-advogado, de que ela não teria relatado ser vítima de estupro, mas de agressão.
Se essa versão se confirmar, a denunciante corre o risco de responder por falsa comunicação de crime, já que em seu primeiro depoimento à polícia, registrado no boletim de ocorrência, ela descreveu ter sofrido violência sexual.
A reportagem tentou entrar em contato com Abdalla, que não atendeu às ligações nem respondeu mensagens.
A mulher que acusa Neymar de tê-la estuprado durante uma viagem a Paris, na França, já foi intimada a depor duas vezes na delegacia em que prestou queixa, mas não compareceu.
O caso veio a público no último sábado e, mais tarde neste mesmo dia, o jogador se pronunciou por meio de um vídeo publicado em seu Instagram. Na postagem, posteriormente retirada do ar pela rede social, o camisa 10 da Seleção Brasileira se defende da acusação e expõe as conversas com a suposta vítima, exibindo também imagens da mulher nua e seminua – com o rosto e partes íntimas borradas.
A Polícia Civil foi até a Granja Comary no domingo buscar explicações do atleta por ter, no vídeo, exposto imagens íntimas da mulher. O jogador ainda não havia voltado de um período de folga, concedido a todo o time, e não foi ouvido pelos policiais. Na entrevista coletiva no centro de treinamento da seleção, Neymar foi defendido pelos colegas.
O jogador havia sido intimado a depor na próxima sexta, mas a polícia aceitou pedido para que o depoimento fosse adiado. Uma nova data deve ser proposta ainda nesta quarta pela defesa de Neymar conforme a disponibilidade de sua agenda, já que o atleta está integrado ao elenco da Seleção Brasileira para a disputa de amistosos e da Copa América.
Em entrevista à Band, o pai do jogador disse que prefere que seu filho tenha cometido um crime de internet a um crime de estupro.
Na entrevista coletiva, o técnico Tite se disse incapaz de julgar Neymar.
A acusação gera tensão também entre os patrocinadores do jogador. A Nike, por exemplo, já demonstrou preocupação, assim como a Mastercard. Ele também estampa, por exemplo, a capa do videogame Fifa, ocupando o lugar que antes era de Cristiano Ronaldo, retirado pela produtora do jogo após o português ser acusado de ter estuprado uma mulher em Las Vegas.
Em entrevista ao canal SBT, o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Francisco Noveletto, chegou a dizer que, se fosse o atleta, pediria dispensa da Seleção para cuidar de sua defesa. Depois, explicou que foi apenas uma opinião infundada e que ele não falou em nome da CBF.
*Folhapress
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