Jogo com a Argentina marca carreira de Coutinho e Tite
Confronto acontece na próxima terça-feira no Mineirão
Jade Nunes - 29/06/2019 11h16

O jogo entre Brasil e Argentina marcado para a próxima terça-feira (2) no Mineirão, pela semifinal da Copa América, é simbólico para Philippe Coutinho e Tite. Foi justamente em um duelo entre as duas seleções em Belo Horizonte que o meio-campista se destacou e nunca mais foi esquecido pelo treinador.
Aquele 3 a 0 nas Eliminatórias da Copa, em novembro de 2016, foi marcado pela excelente atuação do hoje atleta do Barcelona e um golaço que sempre foi sua marca registrada – a rápida puxada para o lado e um chute certeiro de fora da área. De lá para cá, Coutinho manteve um excelente nível de atuação até o Mundial e se tornou intocável na caminhada na Rússia.
Depois, no entanto, Coutinho caiu. Especificamente na temporada 2018/19, o camisa 11 da Seleção Brasileira teve um dos piores anos na Europa. Não à toa, virou capa de jornais na Espanha. Várias delas diziam que o Barcelona estava arrependido do investimento de mais de R$ 600 milhões para tirá-lo do Liverpool.
Na Seleção, Coutinho virou um dos pontos mais questionáveis de Tite no trabalho pós-Copa. Mesmo com o desempenho ruim, no entanto, ele foi mantido. O ponto alto das críticas foi na convocação para os amistosos de março, contra Panamá e República Tcheca.
O treinador sempre explicou a insistência no camisa 11 e ele não escondia a confiança na volta por cima desde então.
– O Coutinho criou uma expectativa muito alta na gente. Desde a eliminatória, ele teve uma temporada muito alta. Agora, ele está pagando o preço do padrão alto que ele teve. Por ser diferenciado, ele tem uma manutenção porque é de confiança, o técnico sabe que ele pode render. Talvez, o técnico tenha complacência porque sabe que qualidade tem, nível de maturidade ele tem – afirmou o comandante na ocasião.
Na coletiva após o jogo contra o Paraguai na última quinta-feira, Tite foi novamente questionado sobre a qualidade do futebol apresentada por Coutinho durante esta Copa América. É nítido que o meio-campista evoluiu, mas ele ainda não brilha como a comissão técnica esperava.
– Eu sempre disse que sabia da condição dele e que ele podia produzir mais. Contra o Paraguai, ele fez um grande jogo no primeiro tempo e vai poder crescer neste processo – disse o técnico, para depois explicar o motivo para manter Coutinho centralizado e não pela ponta como foi durante a Copa do Mundo.
– A dinâmica da equipe mudou muito. Agora, temos jogadores de lado como Willian, Neres, Everton… E jogadores centrais de articulação? A bola às vezes não chega nos homens da frente, mas no segundo tempo chegou mais. É uma delas que entra e eles decidem – finalizou.
Mais que a vaga na sonhada final da Copa América, o que Tite e Coutinho esperam para terça-feira é reencontrar os melhores dias na Seleção Brasileira.
*Folhapress