Emerson Rocha - 06/12/2017 15h10 | atualizado em 06/12/2017 19h55

O Flamengo vive neste fim de ano a expectativa de conquistar mais um título para sua história. O clube rubro-negro começa nesta quarta-feira (6) a decisão da Copa Sul-Americana diante do Independiente, da Argentina. Se ficar com a taça no próximo dia 13, no Maracanã, o time quebra um jejum de 16 anos sem uma conquista internacional. A última aconteceu em 99, quando ganhou a extinta Copa Mercosul.

Nesse título, o Flamengo contou com um herói improvável na final. Após vencer o Palmeiras no Rio por 4 a 3, o time precisava apenas de um empate no jogo da volta para ser campeão. O resultado que interessava chegou aos 38 minutos do segundo tempo, quando o jovem atacante Lê, que estava no banco de reservas, fechou o placar em 3 a 3 e deu o título para o clube carioca.

Atualmente, com 38 anos e aposentado do futebol, Lê conversou com exclusividade com a reportagem do Pleno.News e contou que quase não jogou aqueles últimos jogos pelo Flamengo na Mercosul.

– Não estava relacionado pelo (técnico) Carlinhos para a semifinal contra o Peñarol, do Uruguai. Mas aí, vem o corte do Romário por problemas extracampo, e o treinador ligou para eu me juntar ao elenco. Entrei e fiz um gol, o que garantiu meu nome, pelo menos, no banco, na final. Confesso que não tinha mais expectativas de jogar essas fases. Foi tudo coisa de Deus mesmo – acredita Lê, que se referiu ao fato do ídolo Romário ter tido o contrato rescindido pelo então presidente Edmundo Santos Silva, em novembro daquele ano. Na época, o craque foi acusado de levar outros jogadores para uma festa de madrugada em Caxias do Sul.

Mesmo sem Romário, o Flamengo encontrou forças para eliminar o Peñarol na semifinal e bater o Palmeiras na decisão. Lê não esconde que esse foi o maior título da sua carreira.

– Sem dúvida nenhuma. Ganhei Carioca e um Taça dos Campeões, mas essa conquista está marcada para sempre na minha memória e na do torcedor. Como flamenguista fiquei muito feliz de dar um título internacional para o clube, que não ganhava desde 81 com aquele timaço do Zico. Espero que a equipe atual consiga também quebrar um longo tabu este ano – confia o ex-atacante que mora em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, e vive de investimentos em imóveis e da venda de cosméticos pela esposa.

Já sobre o elenco atual, Lê prevê que jogadores formados no próprio Flamengo possam ser novamente decisivos nesse duelo contra o Independiente.

– Acho que serão dois jogos complicados, mas acredito que vamos empatar em Buenos Aires e vencer no Maracanã. Vou estar lá para ver essa conquista. Aposto que meu amigo Juan possa ajudar os mais jovens nessa decisão. Quem sabe não tenha um gol do título marcado pelo Paquetá, Vizeu ou até os meninos Vinicius Junior e Lincoln. Seria fantástico! – sonha Lê, que tem o filho João Gabriel atuando no Sub-16 do próprio Flamengo.

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