Paulo Moura - 15/10/2020 10h30 | atualizado em 15/10/2020 10h34

Depois de virar alvo de críticas de colegas de profissão como José Trajano, Mauro Cezar Pereira, Flávio Gomes e Tino Marcos, o experiente jornalista e comentarista Márcio Guedes, de 73 anos de idade e 51 anos de profissão, resolveu se posicionar sobre a saudação feita ao presidente Jair Bolsonaro na transmissão da partida entre Brasil e Peru, pela TV Brasil, na última terça-feira (13).

Durante o jogo válido pela 2ª rodada das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, o narrador André Marques fez saudações ao presidente Jair Bolsonaro em duas oportunidades, enviando abraços ao líder do Executivo, que estava assistindo ao jogo. Guedes, então, completou a saudação dizendo que o presidente torcia para o Palmeiras em São Paulo e para o Botafogo no Rio de Janeiro.

Após o fato, diversos jornalistas começaram a atacar Márcio Guedes pelas redes sociais, entre eles José Trajano, conhecido por ser um dos principais críticos do presidente Jair Bolsonaro. Em uma publicação no Twitter, Trajano disse que Guedes “deixa a profissão pela porta dos fundos”.

– O jornalismo esportivo se despediu ontem [13] de André Marques, narrador, e do vetusto comentarista Márcio Guedes, que conheço desde a infância. Depois de anos trabalhando juntos ou nos cruzando por aí, registro com pesar que Márcio deixa a profissão saindo pela porta dos fundos – escreveu.

Em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Guedes rebateu os ataques e afirmou que sua fala durante a transmissão foi neutra. O jornalista aproveitou para dizer que a situação retrata um “patrulhamento ideológico inaceitável” e que estimula “o ódio das pessoas, estraga as relações humanas”.

– Eu disse uma coisa absolutamente neutra. E para o Trajano, quem fala isso é indigno. Isso é um patrulhamento indecoroso, estou revoltado. Se fosse outra pessoa até não daria bola, mas em relação ao Trajano é uma grande decepção, uma prova de intolerância total. Isso, para mim, é doença mental – declarou.

Márcio aproveitou ainda para dizer que os ataques sofridos por ele revelam o caráter de quem o ataca, e que não liga para as ofensas já que possui “51 anos de jornalismo esportivo, com comportamento ético irrepreensível”.

– Cada pessoa revela o seu caráter numa hora dessa. Estou pouco me lixando, sei o que o sou. Deixe os cães ladrarem, é só isso – completou.

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