Pedro Ramos - 01/11/2019 14h50 | atualizado em 01/11/2019 14h55

Em entrevista à revista Veja, o ex-jogador de futebol Cafu falou sobre o drama que foi perder o seu filho Danilo, que morreu aos 30 anos, após passar mal durante uma partida de futebol com os amigos.

– Havia um jogo com amigos marcado para o dia cinco, mas eu teria uma viagem de trabalho aos Estados Unidos e antecipei a partida. O Danilo estava no mesmo time que eu. Em um intervalo, ele saiu e eu segui jogando, pois sou fominha. Três minutos depois, notei um tumulto fora do campo. Por curiosidade, fui ver o que estava acontecendo, e deparei com meu filho sofrendo convulsões. Entrei em pânico, pois ele tinha um histórico cardíaco delicado. Ligamos para os bombeiros, e eles disseram que chegariam em dez minutos, mas meu filho não poderia esperar. Pedi que retirassem as crianças dali, para que não vissem a cena e a correria. Carreguei o Danilo no colo, coloquei-o no carro e em cinco minutos chegamos ao hospital – disse o capitão do penta.

O ex-jogador ainda falou que seu filho tinha entupimento dos vasos sanguíneos e que tem chorado muito nos últimos dias.

– Enterrar um filho foge do contexto geral, de tudo o que você sente ao longo da vida. A cada cinco dias, vou ao cemitério visitar o túmulo. Eu não assimilei o que aconteceu. Não tive coragem de entrar no quarto dele até agora, meu filho Wellington recolheu as coisas e colocou tudo para doação. Nunca mais pisei no campo onde aconteceu a convulsão. Não sei como descrever a sensação de jogar terra sobre o caixão de um filho sabendo que ele não vai mais voltar. A morte de um filho acompanha um pai e uma mãe para o resto da vida – disse o ex-lateral direito.

Cafu ainda afirmou que chora “todos os dias sozinho” e que liga “para amigos apenas para chorar”. Ele revelou que ficou dias sem olhar o celular e quando por fim foi vê-lo, deparou-se com 5 mil mensagens de apoio.

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