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Brasil vence e está na semifinal da Copa América

Seleção Brasileira obteve vitória sobre o Paraguai nos pênaltis

Ana Luiza Menezes - 28/06/2019 00h18 | atualizado em 28/06/2019 00h19

A seleção brasileira, enfim, se livrou do fantasma paraguaio na Copa América. Depois de ser eliminado da competição pelo adversário nos pênaltis em 2011 e 2015, o Brasil desta vez passou pelo Paraguai nas penalidades com vitória por 4 a 3, após o empate por 0 a 0 na noite desta quinta-feira (27), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. É a primeira vez desde 2007 que a seleção chega à semifinal do torneio – o rival ainda não está definido.

Após um primeiro tempo sem muitas emoções – inclusive com os paraguaios criando a melhor chance, em defesa de Alisson após chute de Derlis González -, o Brasil sobrou na etapa final. Foram muitas finalizações perigosas, com intervenções decisivas do goleiro botafoguense Gatito Fernández, e até uma bola na trave de Willian aos 44 minutos. Nos acréscimos, Everton e Philippe Coutinho só não marcaram porque desvios da defesa salvaram o Paraguai. A tensão e a retranca paraguaia acabaram prevalecendo.

ALISSON BRILHA, E GABRIEL JESUS SE REDIME
Nos pênaltis, Alisson pegou a primeira cobrança, do palmeirense Gustavo Gómez e viu Willian abrir o placar para o Brasil. Na segunda rodada, Miguel Almirón e Marquinhos marcaram.

Na terceira, Bruno Valdez e Philippe Coutinho também fizeram. A quarta teve gol de Rodrigo Rojas e um chute feio para fora de Roberto Firmino. A rodada final teve Derlis, carrasco em 2015 no Chile, também batendo para fora. Gabriel Jesus que havia perdido pênalti contra o Peru na fase de grupos, mostrou muita categoria para deslocar Gatito e dar a vaga ao Brasil.

A semifinal está marcada para terça-feira, dia 2 de julho, no Mineirão, em Belo Horizonte, às 21h30. O adversário sai do confronto entre Venezuela e Argentina, que acontece nesta sexta-feira, no Maracanã, no Rio de Janeiro, às 16h.

QUEM FOI BEM: MARQUINHOS E GATITO FERNÁNDEZ
O zagueiro brasileiro não se limitou a ficar ao lado de Thiago Silva, em papel que também foi desempenhado com perfeição. Marquinhos ajudou muito na saída de bola e virou quase um meia no fim do segundo tempo, inclusive acertando belo cruzamento para Roberto Firmino assustar em cabeçada. O problema para os atacantes brasileiros, aliás, era que Gatito Fernández, goleiro do Botafogo, estava em jornada inspirada e fez grandes defesas. A melhor delas foi em cabeçada de Firmino a poucos minutos do fim do jogo.

QUEM FOI MAL: COUTINHO E GABRIEL JESUS
Coutinho mais uma vez ficou apagado. Buscou pouco a bola, não se apresentou para tabelas e perdeu chances boas de marcar por hesitar no momento da conclusão – uma sobra no lado esquerdo e depois ao furar tentativa de cabeçada. Já Gabriel Jesus foi mais participativo, mas errou passes demais. No mesmo lance da furada de Coutinho, pegou a sobra e mandou para fora, de frente para o gol.

NEYMAR VAI À ARENA
Cortado da seleção brasileira por causa de uma lesão no tornozelo direito, Neymar viajou para Porto Alegre e acompanhou o jogo em um camarote na Arena do Grêmio. Ele estava acompanhado do surfista Gabriel Medina e do volante Casemiro, suspenso pelo segundo cartão amarelo na Copa América.

ATUAÇÃO DO BRASIL
A movimentação intensa do ataque, tão importante na goleada sobre o Peru e que apareceu até contra a Venezuela, não foi vista.

Os pontas ficaram passivos demais e demoraram a entrar na área ou buscar tabelas. O que mudou em relação a outros jogos difíceis foi a aceitação de Tite. O técnico se mostrou desgostoso com o desempenho, fez mudanças ousadas e lançou o time para frente para tentar abafar o Paraguai.

ATUAÇÃO DO PARAGUAI
O pressionado técnico Eduardo Berizzo resolveu apostar em uma forte retranca para tentar surpreender o Brasil. Fez Derlis González e Miguel Almirón se revezarem no sacrifício para fechar uma linha de cinco no meio de campo e apostou nesse jogo reativo até o fim, ainda mais depois da expulsão de Balbuena. E não dá para dizer que a ideia não funcionou.

CRONOLOGIA DO JOGO
Assim como a Venezuela havia feito, a seleção do Paraguai se trancou na defesa, apostando em forte marcação pelo meio. O Brasil até conseguia rodar bola a bola, mas chegava na intermediária sem apresentar soluções criativas. Pelos lados, com mais espaço, faltava capricho para acabar as jogadas.

As ideias de cruzamentos rasteiros para fugir de Gómez e Balbuena, bons pelo alto, eram boas, mas foram mal executadas. No contra-ataque, os paraguaios encontraram uma ótima atuação defensiva dos brasileiros, com Alisson fazendo grande defesa em chute de Derlis González no primeiro tempo.

Na volta do intervalo, a seleção de Tite conseguiu se soltar um pouco mais. Roberto Firmino recebeu bom passe, arrancou no meio dos zagueiros e, quando se preparava para chutar, foi derrubado por Balbuena. O árbitro chileno Roberto Todar marcou pênalti inicialmente, mas mudou de ideia ao checar a imagem no VAR. Só que ainda assim uma falta foi marcada, o que custou a expulsão de Balbuena.

A pressão brasileira aumentou e Everton, enfim, começou a chamar a responsabilidade. Após deixar dois marcadores no chão pela esquerda, cruzou bem, mas viu Coutinho furar a cabeçada. A bola ainda sobrou para Gabriel Jesus, que mandou para fora a melhor chance brasileira até então. O lance incendiou o jogo e, dos 28 aos 31 minutos da etapa final, o Brasil perdeu três ótimas oportunidades. O mesmo aconteceu já nos acréscimos, com Gatito fazendo ótimas defesas e a zaga paraguaio evitando chutes de Coutinho e Everton.

ALLAN CORTA A CABEÇA E JOGA COM FAIXA
O volante Allan teve bom desempenho à frente da zaga, mas também chamou a atenção no primeiro tempo por aparecer com uma faixa azul na cabeça. Não era estilo, era necessidade. Afinal, o meio-campista caiu e bateu a cabeça enquanto fazia aquecimento no vestiário da seleção brasileira e precisou fazer um curativo para conter o sangramento. No segundo tempo, já pôde ficar sem a bandagem, mas saiu aos 25 minutos para dar lugar a Willian.

BRASIL
Alisson; Daniel Alves (Lucas Paquetá), Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís (Alex Sandro); Allan (Willian), Arthur e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus, Everton e Roberto Firmino T.: Tite

PARAGUAI
Gatito Fernández; Iván Piris, Gustavo Gómez, Fabián Balbuena e Junior Alonso; Hernán Pérez (Rodrigo Rojas), Richard Sánchez (Juan Escobar), Celso Ortiz e Santiago Arzamendia (Bruno Valdez); Derlis González e Miguel Almirón. T.: Eduardo Berizzo

FICHA TÉCNICA
Local: Arena Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
Assistentes: Christian Schiemann e Cláudio Rios (ambos do Chile)
Público: 45.495 pagantes/2.716 não pagantes
Renda: R$ 10.352.430
Cartões amarelos: Filipe Luís, Roberto Firmino e Arthur (Brasil); Arzamendia, Piris e Alonso (Paraguai)
Cartão vermelho: Balbuena (Paraguai)

Pênaltis:
Brasil: Willian (acertou), Marquinhos (acertou), Philippe Coutinho (acertou), Roberto Firmino (errou) e Gabriel Jesus (acertou)
Paraguai: Gustavo Gómez (errou), Miguel Almiron (acertou), Bruno Valdez (acertou), Rodrigo Rojas (acertou) e Derlis González (errou)

*Folhapress

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