Boca Juniors manda blindar ônibus antes de visitar River
Em 2018, torcedores do River apedrejaram ônibus que levava jogadores do Boca
Gabriela Doria - 30/09/2019 19h20

Os dois clubes de maior torcida na Argentina repetem nesta terça-feira (1º), às 21h30, o confronto que definiu o campeão da Libertadores do ano passado. Boca Juniors e River Plate se reforçaram para chegar à semifinal de 2019 e reeditarem o duelo que ficou marcado por violência na última final.
No caso do Boca, vice em 2018, além do italiano Daniele De Rossi, de 36 anos, o reforço foi pesado e blindado.
Depois de o elenco ser apedrejado na chegada ao Monumental, em novembro de 2018, no jogo de volta da decisão, o clube mandou blindar o ônibus utilizado pela delegação.
O veículo, que pertence à empresa FlechaBus, é o mesmo utilizado em 2018, mas com os vidros reforçados para evitar o incidente que lesionou Pablo Pérez, então capitão do Boca, e o juvenil Gonzalo Lamardo, que acompanhava o plantel.
Motorista do clube há 10 anos e torcedor “desde a barriga da minha mãe”, Darío Ebertz acredita que os jogadores estarão bem protegidos para o clássico desta terça em Buenos Aires.
– O ônibus tem todos os vidros blindados, suporta pedradas. A parte de fora até lasca, mas não passa nada para dentro. O que bate, volta – conta Ebertz, 55, conhecido como Gringo, à Folha de S.Paulo.
Ele diz que o carro ganhou o apelido de La Bestia (A Fera, em espanhol), alcunha de sua autoria.
Era Ebertz o homem responsável por levar a delegação do clube ao Monumental no dia 24 de novembro do ano passado, data do confronto de volta pela final da Libertadores.
A Conmebol quis realizar a partida no dia seguinte. Mas o Boca bateu o pé alegando que não havia segurança e nem condições de jogo. Pablo Pérez, por exemplo, foi a uma clínica no sábado para tratar o olho lastimado pelos cacos de vidro e o gás de pimenta lançado pela polícia para dispersar os torcedores do River que estavam próximos do ônibus.
Alguns milhares de torcedores do River Plate chegaram a entrar no Monumental e esperaram a bola rolar no domingo (25), mas foram avisados após cerca de seis horas da abertura dos portões que a final seria adiada mais uma vez.
O presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, tentou a anulação do jogo e que o clube fosse declarado campeão. Do lado do River, o mandatário Rodolfo D’Onofrio reclamava a necessidade de se disputar o clássico no Monumental, apesar dos incidentes.
A solução que a Conmebol encontrou foi transferir a partida para Madri, no estádio Santiago Bernabéu, a casa do Real Madrid.
Após sair atrás no placar, os comandados de Marcelo Gallardo conseguiram a virada e venceram o rival por 3 a 1. O jogo de ida tinha terminado empatado em 2 a 2. Com a vitória na Espanha, o River garantiu o tetracampeonato da América.
*Folhapress
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