Athletico conquista a Copa do Brasil e alcança novo patamar
Equipe conseguiu um título inédito
Henrique Gimenes - 19/09/2019 00h13 | atualizado em 13/10/2021 21h22
A conquista da Copa do Brasil é mais um passo importante no projeto do Athletico de se estabelecer entre os principais clubes do país. Com a vitória por 2 a 1 contra o Internacional na noite desta quarta-feira (18), no Beira-Rio, o time concluiu uma campanha que derrubou gigantes e assegurou um título inédito.
Após vencer a primeira partida, em Curitiba, por 1 a 0, os visitantes saíram na frente em Porto Alegre com gol de Léo Cittadini em contra-ataque. Nico López empatou ainda no primeiro tempo, após longo bate-rebate na área, mas Rony garantiu a vitória aos 51 minutos da etapa final.
O título rubro-negro teve a participação de vários atletas feitos em casa. Entre os 23 que participaram da trajetória da equipe na competição, 7 saíram das categorias de base paranaenses.
Na partida que abriu a final e deu a vantagem, por exemplo, quatro deles estiveram em campo, número significativo na comparação com os rivais -no mesmo jogo, o Inter só tinha um atleta que se profissionalizou no clube: Rafael Sobis, que surgiu em 2004 e rodou o mundo antes de voltar.
O trabalho realizado no CT do Caju, inaugurado em 1999 e elogiado pela estrutura que abriga base e profissional do Athletico-PR, vive seu momento de sucesso mais palpável, com retorno financeiro e esportivo.
No meio do ano, o lateral esquerdo Renan Lodi, 20, foi negociado ao Atlético de Madri por 20 milhões de euros (R$ 87 milhões, na cotação da época), a maior venda da história do Athletico. Ele não ficou até o fim da campanha vitoriosa na Copa do Brasil, mas foi importante na conquista da Copa Sul-Americana de 2018 e viu outros frutos do Caju se tornarem valiosos para o treinador Tiago Nunes, 39, que chegou ao clube como treinador do time sub-23.
Isso ficou evidente em todo o torneio, mas sobretudo nas semifinais, contra o Grêmio. Depois de perder por 2 a 0 em Porto Alegre, o Athletico recebeu cheio de desfalques o adversário no jogo de volta. A linha defensiva tinha Khellven, de 18 anos, e Lucas Halter, de 19, parte da escalação que devolveu o 2 a 0 obteve a classificação à decisão nos pênaltis.
– É uma vitória do clube. A quantidade de jogadores que estavam nas categorias de base e atuaram mostra o valor do trabalho – afirmou o treinador, nascido no Rio Grande do Sul, que prometeu festejar a classificação com um churrasco gaúcho.
Antes de eliminar o Grêmio, hoje semifinalista da Copa Libertadores, o time paranaense já tinha derrubado o outro brasileiro vivo na competição continental, o Flamengo, também nos pênaltis. A sequência de rivais de peso derrubados foi completada com o triunfo sobre o Internacional, significativo na história athleticana.
Os dois títulos anteriores do clube que superaram os limites do Paraná haviam sido obtidos contra adversários menores. A equipe vermelha e preta levou o Campeonato Brasileiro de 2001 superando o São Caetano na final e conquistou a Sul-Americana de 2018 em uma decisão contra o colombiano Junior Barranquilla.
Até a Copa do Brasil de 2019, o Athletico acumulava reveses quando se deparava com um dos clubes tradicionalmente chamados de grandes na luta por um título. Foi assim no Brasileiro de 2004, na Libertadores de 2005 e na Copa do Brasil de 2013, que ficaram respectivamente com Santos, São Paulo e Flamengo.
– Estamos nos acostumando a ganhar (…) Não quer dizer que vamos ganhar sempre, mas estar nesse bolo, competindo contra Boca, contra River, contra Flamengo, isso credencia a sonhar alto. Olha quantas finais disputadas em tão pouco tempo – disse Tiago Nunes, antes mesmo do triunfo sobre o Inter.
Nunes, agora, tal qual o Athletico, é campeão da Copa do Brasil. Não faltam motivos para um novo churrasco gaúcho.
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre
Juiz: Wilton Pereira de Sampaio (FIFA-GO)
Cartões amarelos: Nico López, Bruno, Rodrigo Moledo (INT); Wellington, Marco Ruben (CAP)
Gols: Léo Cittadini (CAP), aos 23min do 1°tempo; Nico López (INT), aos 30min do 1° tempo; e Rony (CAP), aos 51 min do 2° tempo
INTERNACIONAL
Marcelo Lomba; Bruno (Nonato), Rodrigo Moledo, Víctor Cuesta e Uendel; Rodrigo Lindoso, Edenilson, Patrick (Rafael Sobis), Wellington Silva (Guilherme Parede) e Nico López; Paolo Guerrero. Técnico: Odair Hellmann.
ATHLETICO–PR
Santos; Khellven (Madson), Robson Bambu, Léo Pereira e Márcio Azevedo; Wellington, Bruno Guimarães e Léo Cittadini; Nikão, Rony e Marco Ruben (Marcelo). Técnico: Tiago Nunes.
*Folhapress
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