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Amapaense quer ser 1º árbitro com deficiência física na CBF

Fabrisio Ferreira nasceu com má-formação nos braços

Gabriela Doria - 04/09/2019 15h40

Fabrisio Ferreira quer ser primeiro árbitro deficiente da CBF Foto: Reprodução

O amapaense Fabrisio Ferreira, de 28 anos, sonha em ser a primeira pessoa com uma deficiência física no quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele nasceu com uma má formação dos membros superiores e tem os braços mais curtos, mas isso não o impede de seguir atrás do objetivo de carreira que estabeleceu.

Árbitro há dois anos pela Federação Amapaense de Futebol (FAF), ele já atuou na categoria sub-20, no campeonato estadual feminino e num evento não profissional de 2018.

No dia 10 de agosto, deu mais um passo, ao apitar a final do campeonato estadual sub-15 entre São Paulo e Ypiranga. Esse foi o primeiro jogo de decisão do qual participou.

O desejo de apitar surgiu ainda na faculdade de educação física, enquanto estudava a matéria sobre futebol para a carga horária do curso. A princípio, ele tentou uma carreira como jogador, mas preferiu focar os estudos.

– Vi a possibilidade de ser um árbitro federado e assim poder estar na CBF, independentemente da deficiência física. Não pensei duas vezes em apostar nesse sonho – diz.

De acordo com a FAF, Fabrisio é o primeiro árbitro federado com deficiência física do Brasil. Há outro no Piauí, segundo a entidade, mas que ainda não é membro da federação local. Procurada, a assessoria de comunicação da CBF informou que ainda não há registro de árbitro com deficiência na confederação e nem em processos para aprovação.

Fabrisio conta que sofreu preconceito por causa da deficiência principalmente no ambiente da faculdade, mas também em campo.

– Muitos riam de mim por causa disso. Também disseram que não conseguiria tirar um cartão, que deficiente não poderia se misturar com pessoas ditas normais, que eu devia apitar jogo de criança. Então a cada jogo tive que mostrar que tinha talento e potencial – afirma.

Ele conta que não teve dificuldades para lidar com os equipamentos de arbitragem ou segurar a bola em campo. Para superar as chacotas, teve o apoio de familiares e da comissão de arbitragem do estado.

– A Marilene, que é uma das instrutoras do curso, começou a me observar com carinho e viu que eu tinha talento. Resolveu arriscar e abraçar essa causa comigo. Desde então, em nenhum momento tive essa dificuldade para me federar – diz.

De acordo com a CBF, o candidato que deseja apitar jogos pela confederação deve passar por testes teóricos e físicos, que indicarão se ele está apto para o trabalho, independentemente de ter alguma deficiência física.

Para Fabrisio, o que não falta é preparação. Além de estudar o conteúdo necessário para a formação de árbitros, ele participa com frequência de jogos no Amapá. Antes de tentar a CBF, planeja ter mais um avanço local, apitando um jogo do Campeonato Amapaense.

– Todo sonho é possível, não apenas para mim, mas para todos. Se você acredita e é capaz, tudo se torna mais fácil – afirma.

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